segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Flores amarelas
Está tudo errado, pelo menos para mim, está tudo muito errado! Finados não deveria ser um dia triste, cheio de orações e lágrimas. Em minhas pesquisas pelo Google conheci uma festa linda que os mexicanos promovem no dia dos mortos. É uma tradição indígena, uma festa tradicional e muito popular.
Lá é tradição festejar e não chorar pelos que se foram. Segundo crêem, nesse dia as almas estão entre nós para visitar seus familiares e portanto, é dia de alegria. Usam fantasias engraçadas, fazem doces, mesas bem arrumadas e fartas, tocam musicas alegres e brincam muito. As crianças adoram comer doces em formado de caveirinhas, e têm um relacionamento feliz com a data, dançam e cantam músicas dedicadas ao dia.
É lindo saber que se as almas de nossos queridos mortos podem voltar para ver a familia, seja feita uma festa para recebe-los. Imaginem voltar para casa em visita e encontrar todos chorando, musicas fúnebres, orações e roupas escuras. Eu não gostaria!
Os mortos que se foram há varios anos devem adorar voltar para suas casas no México e conhecer os netos, bisnetos, ver os filhos mais envelhecidos, bem sucedidos, felizes.
Tem alguma coisa errada com o finados que estamos acostumados. Eu adorei a idéia de implantar no Brasil o mesmo modo de comemorar lá do México.
Sei de pessoas que vão odiar - é muito mais interessante chorar - mas também sei de outras que, como eu, adoram comemorar alguma coisa, encher uma mesa de guloseimas, reunir as crianças, dançar e beber.
E juro que conheço mortos que iriam amar voltar para casa e ver alegria, as crianças sorrindo, música bem alta - e a familia falando em seu nome com saudade, contando historias engraçadas, lembrando momentos bons.
Não seria mais divertido? Os mortos de minha familia iriam adorar!
Eram todos festeiros, alegres, falavam alto, diziam palavrões e - sobretudo - odiavam o assunto "finados".
Até nossa querida e pequena Tati, que nos deixou tão cedo, era uma pimentinha que gravou em nós a imagem da alegria e da expontaneidade, da facilidade em aprender palavrões, do riso alto, do prazer em ouvir músicas e dançar.
Sua gargalhada até agora ressoa em nossos ouvidos e sei que ela sentiria muito prazer em nos ver alegres, comemorando sua visita.
Pensem bem, meus queridos, e vejam se não é chegada a hora de sair às ruas, começar uma campanha por um finados mais feliz. Vamos realizar passeatas, mandar e-mails aos amigos, arrumar horários gratuitos na tv, pois quem sabe conseguimos mudar a cabeça das pessoas desse nosso Brasil tão sofrido.
E pensar que seria um investimento muito bom para nós também, afinal, quando fizermos a tão longa viagem da qual ninguém escapa, partiríamos mais felizes ao saber que nossa familia nos aguardará com festas, música e alegria.
E tem mais, seremos lembrados como os grande transformadores - que divertido! - que se não puderam mudar o destino desse país, num feridão de finados, pelo menos mudaram a "vida" de seus "mortos".
Pensem nisso...
Ah... porque flores amarelas? porque é com elas que gostaria de ver a mesa arrumada nos dias de minhas visitas. São lindas.
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Eu tb gostaria que as coisas fossem assim.
ResponderExcluirPena que essa coisa funebre e sombria herdamos dos "maledetos"italianos e portugueses que amam
se lamentar e chorar......(já pensou se meu sogro ler?)bjssssss
Adorei a idéia! Já incorporei!
ResponderExcluirPode contar comigo pra fazer essa bagunça toda!!!
A partir deste finados, as coisas seráo diferentes, pelo menos na nossa família!
E quanto à mudar o destino do nosso país....o meu lado ítalo/português falou mais alto: quase chorei de decepção...Fazer o que né?! Quem sabe um dia...
Beijos!
Hoje estou feliz...Bateu uma alegria tão grande no meu coração, que chorei em ver seu recado...E saber que você por um breve momento,... ou lá no fundo ..., tenha a esperança em saber que nada nesse mundo acaba, temos visitas, ... E quanto as flores amarelas, eu também adoro, mas não é hora de pensar nisso né? Amanhã é um dia de alegria mesmo...Vamos comer melancia (!!!!), e falar, e lembrar, e levar tudo de bom para nossos queridos familiares...
ResponderExcluirQue grande história, Ivani!! Gosto muito dessa versão do dia de finados!! Flores amarelas são lindas e posso lhe adiantar que seu cesto amarelo está gracioso!!!!:o))
ResponderExcluirVou ao correio da quarta feira e lhe envio as duas belezuras!!!
Beijos!!! Bela.
Que bommmmm!!!!! mais um dia para fazer festa....vai ser na casa de quem? pode ser na minha...rsrsrs...se nos momentos mais difíceis nós conseguimos rir e até marcar uma festa imagina em dia de finados, isso para nós é muito facil!!! uma vez voce escreveu "a minha família tem a vocação de ser feliz..." e temos mesmo... acho que temos a obrigação de ser feliz, é pecado ser uma pessoa triste, amarga...ai credo!!!Hoje eu e a mãe fomos ao cemitério, levamos muitas flores coloridas, amarelas tambem,velas então, parecia uma fogueira, rimos tanto que muitas pessoas olhavam com olhares curiosos e criticos, e nós nem ai, continuamos rindo como fazemos todos os anos, tambem acontece de um tudo dentro do cemitério, todo ano temos uma história pra contar.
ResponderExcluirQuanto ao nosso país amiga, esquece, sem comentários...
Beijos
Estou nesta campanha!Que tal Larissa!, você que gosta de mandar e-mail e elaborar lista, vamos fazer um baixo assinado e propor um projeto de lei popular. Independente disso já aderi, e tem mais, daqui para a frente vamos festejar todos os anos e quando eu morrer fiquem sabendo que eu não quero choro nem vela, quero uma fita amarela gravada com os nomes de todos vocês.......meus amores.Não quero ser velado e sim bebido.....verdade....senão irei voltar e puxar as cuecas dos homens e as calcinhas das mulheres...
ResponderExcluirBeijos
vocês são terríveis em? eu estava só brincando! até pareçe que a gente consegue mudar a cabeça de um país todo!
ResponderExcluirpor aqui a tradição é chorar. Fazer o que?
O bom sangue português deixou por aqui essa coisa de lágrimas e dramas. Os iltalianos também, são loucos por uma desgracinha.
Se tivéssemos continuado apenas com os indios, com certeza tudo seria diferente. Pelo menos íamos dançar em volta da fogueira!
beijos queridos.