quinta-feira, 26 de abril de 2012

A vila...



Bastava atravessar a rua.
Na vila operária onde morávamos, em Osasco, anos 50, as casas eram simples, porém confortáveis e bonitas.
Eram casas rente à rua, com a porta da sala abrindo para a calçada. Feitas em tijolo vermelho, aparentes, com as janelas e portas pintadas em branco. Sobre a porta da sala um pequeno telhado protegia do sol e da chuva.
As fotos acima são do local, atuais, com as casas já alteradas, mas mantendo o charme.
Apenas uma rua,  simples e bela rua.  Muitas árvores com bancos sob a sombra, onde brincávamos e os adultos sentavam-se para um papinho no fim de tarde.
Ali moravam apenas funcionários que deveriam estar sempre perto da industria para qualquer eventualidade fora do horário.
Eram encantadoras aquelas casas e moramos por alí um tempo delicioso de nossas vidas, quando minha mãe ainda estava conosco, e todo o universo conspirava a nosso favor.
A escola era próxima, dois quarteirões,  que eu e o meu irmão Edison percorriamos entre brincadeiras e correrias com amigos, também filhos de funcionários.
O terreno baldio ao lado da vila era campo de futebol, espaço para soltar pipas, jogar pião, brincar de bolinha de gude, enfim, era a alegria da molecada.
A noite a rua era nossa, com correria de pega-pega, brincadeira de roda, esconde-esconde,  amarelinha.

Mas como eu disse lá no começo, bastava atravessar a rua...e a casa em frente me fascinava.
Todas eram iguais, mas aquela casa era especial. Ali morava uma menina, filha única, de um casal lindíssimo.
A mulher alta e bem vestida, tinha sempre os cabelos impecáveis e usava um avental na cintura. O marido, saia para o trabalho tão bem arrumado, que eu não acreditava que era funcionário da mesma emprêsa, uma metalurgica.
Com os anos vim a entender que ele trabalhava na administração, portanto, vestia-se melhor. A menina então, era uma princesa.
Os laços de seus cabelos eram sempre os mais lindos, e seu uniforme de uma escola particular, de freiras, era tão diferente dos nossos...
E bastava atravessar a rua, mas ela nunca brincava conosco, nunca sentava-se no banco de cimento, e sua mãe não permitia que ficasse muito à janela para não tomar "friagem".
Lembro-me dela como um bibelô, delicado e pálido, saindo apenas com os pais. Acenava para as crianças da rua, mas nunca brincava conosco.
Aos domingos íamos ao matinê, assistir ao filme principal e ao seriado semanal, divertido e imperdível.
Ela não, nunca foi.
Muitos anos mais tarde, todos nós adultos, cursando o colégio á noite, descobri com muita alegria que fazíamos o mesmo curso. Ela estava ainda linda, com a pele muito clara, cabelos louros, feliz.
Contou-me que tinha muita vontade de brincar conosco, sentia muita saudade das gargalhadas que ouvia da sala, dos gritos de "peguei" ou "estátua", ou das cantigas de roda.
Não julgava a mãe, mas disse-me que perdeu boa parte da infância por culpa dos pais super protetores.
Casou-se com um amigo nosso, um rapaz bonito e querido, disputadíssimo entre as garotas do colégio.
E foi na gravidez do primeiro filho deles que a doença dela se manifestou. Tão violenta, tão implacável, que ela não resistiu. Salvaram o bebê, um menino, que o pai, em grande desespêro, deixou com os avós e foi trabalhar em outro país, acreditando que essa atitude o faria esquecer o grande drama que estava vivendo.
Pobre menina linda, pálida e só. E pobre bebê, sem mãe e sem pai, sendo entregue ao casal impecável e perfeito, ávido por dar ao neto todo o carinho antes canalizado para a filha.
Triste destino esse, mundo cruel e sem explicação, sem justiça e sem noção.
Sinto muita saudade daquela época, das casas e dos amigos, mas não consigo  esquecer que bastava atravessar a rua para perceber a grande diferença entre felicidade e solidão.




fotos tomadas por empréstimo do blog : contandohistorias-osasco.blogspot.com
de José Luiz Alves de Oliveira

37 comentários:

  1. Admiro a simplicidade que você usa para despertar tanta emoção! Obrigada, Ivani, por mais um texto maravilhoso.

    Beijos,

    Eneida

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  2. Sempre com o coração na ponta dos dedos ao escrever.

    Pobre menina que não pode atravessar a rua, bastava isso!

    Se ela fosse danadinha como tu e eu fomos, teríamos dado um jeitinho,né?rs

    Tenho certeeeeeeeeeza, que pularia a janela ou muros, qualquer coisa!!!
    Ousadia é preciso em pitadas na vida!

    Triste fim para essa família que não soube dar liberdade, dar infância, brincadeiras,vida normal, tentando proteger demais, por amor!

    Lindo e tocante,Ivani!! beijos,tomara que tenham deixado o netinho levar vida normal,não é?

    beijos,chica e estás melhorando? chica

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  3. Que lindo Ivani!
    Também tenho saudade do tempo que já passou, as vezes fico até preocupada com este meu saudosismo.Na minha infância eu e meus irmãos brincávamos na rua, era adorável, hoje poucas crianças saem de suas casas.
    Quando escreve que basta atravessar a rua para perceber a grande diferença entre felicidade e solidão, me toca profundamente, pois muitas coisas na vida são assim mesmo como a vida desta menina, as vezes a diferença entre a alegria e a tristeza acontece assim, apenas atravessando a rua...
    Como tu tá Princesa Sabambona? Melhorou?
    Espero que sim, tenho saudade da tua carinha lá no Trésors.
    Beijo, beijo!!!!

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  4. Oh! Ivani, que texto maravilhoso!
    Por instantes, revi-me na menina, filha única, super protegida. Essa fui eu!
    Felizmente que o desenrolar da minha história, foi bem diferente.
    Beijos, minha amiga sensível e delicada.
    Gosto muito de ti!

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  5. Ivani, esse texto despertou uma miríade de sentimentos no meu coração. Eu morava perto de Osasco (meu pai ainda mora lá).

    A vida muitas vezes é mais cruel e injusta do que consigo inventar nos meus contos.

    Beijo.

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  6. Oi queridinha!

    Adorei e viajei no tempo, que época gostosa, aprendi andar de bicicleta nessa rua com a bicicleta do Saulo, lembra dele? e o Edson Gordo? passeávamos com os gêmeos, também nessa rua e o Mingo filho do Sr. Vitório, lembra? suas irmãs e muitas outras pessoas que eu já não me lembro dos nomes, mas lembro perfeitamente de suas fisionomias e comportamento. Obrigado por me trazer essa linda lembrança, o que você acha de passarmos por lá qualquer dia desse?

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  7. OI QUERIDONA!
    LI SEU COMENTÁRIO E ADOREI, MAS...NÃO ME DISSE SE ESTÁ MELHOR.
    QUERO SABER, OU MELHOR, QUERO FICAR CONTENTE COM SUA MELHORA!!!!
    BEIJINHO

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  8. Ivani,

    Alguns dos seus textos me deixam pasma ante a constatação das experiências e impressões comuns que possuímos, apesar de termos tido vidas tão diversas e em pontos tão distantes do país, rsrs. Eu mesma já escrevi um texto sobre este assunto, ou seja a criança 'rica' da casa vizinha, que o tempo revelou ser menos afortunada que nós, as crianças 'pobres', rsrs. Eu não o publiquei porque ele faz parte de um tipo de diário, no qual nem pensei ao iniciar o meu blog, rsrs.

    Por outro lado, este assunto já foi tema até de piada (piada trágica, aliás), aquela que diz que um rapaz ora a Deus, perguntando:
    "Meu Deus, o que este meu vizinho tem que eu não tenho, para merecer a atenção de todas as garotas, as simpatias de todas as pessoas, a família carinhosa e rica e todas as demais vantagens que me faltaram?".

    E Deus, muito comovido com a pergunta, resolve responder:

    "Oh, meu filho, ele tem uma sementinha que irá se transformar num câncer que há de matá-lo em três anos".

    Pois é, c'est la vie!

    Um beijo e bom fim de semana!

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  9. Ivani querida, tempos bons, boas recordações, lindo relato.
    Os pais, na casa do outro lado da rua, pareciam prever a curta vida que sua linda filha teria. Muito deve ter sofrido ou ainda sofre, aquela criança cujo pai não teve a coragem de ser pai/mãe e a entregou aos avós abalados.
    É amiga, existe uma grande diferença entre felicidade e solidão, às vezes nem é necessário atravessar a rua.
    Beijo, desejando que estejas restabelecida.
    Beth

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  10. Minha querida Ivani,

    As diferenças entre as crianças não deveriam nunca existir....infelizmente sempre foi assim e continua sendo.Tenho uma netinha que leva uma vida assim,enquanto as crianças da casa ao lado brincam,correm e se divertem,ela fica em casa,triste e só...pelo menos agora tem um cachorrinho para lhe fazer companhia.
    Olha,amiga à noite esceverei mais.Muito linda a sua história apesar da tristeza da pobre menina.
    Você está melhor?
    Bjsssssss,
    Leninha

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  11. O Texto está muito bom. Há pessoas que tem a arte de escrever e a de saber contar um momento delicado de suas vidas, ou a de saber rememorar algo que ficou gravado em suas lembranças.
    O texto me tocou, fiquei a tarde relendo.
    Tenho mais umas fotos da "vila", mas são de anos diferentes, 1945 e 1962. vou localizar e postar.

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  12. Gostaria de ter o dom e a sabedoria que você tem para escrever assim, tão bonito, simples mas que toca profundo o coração das pessoas.
    Bjs querida

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  13. AI, IVANI... QUE DOR QUE ME DEU DE PENA DESSAS PESSOAS...

    BEIJOS NO CORAÇÃO

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  14. Ivani, que belo texto. Uma história que mostra o quanto infâncias definem futuros.
    BJô

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  15. Oh, Ivani, que triste a história da bela moça. Mas a sua me fez feliz. Aproveitou sua infância como podia e tem ótimas recordações. Isso nada nos tira. Pobre crianças de hoje, presas na caixa mágica o dia todo, mas agora é diferente, não da mais para brincar nas ruas. Que pena.
    Abraços, minha querida, estava com saudades e fico feliz que tenha arranjado um tempinho para me visitar.

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  16. Querida Ivani
    Fui lendo o seu texto e imaginando o quanto voces eram felizes, mas de repente por muitos motivos, que eu considero banais, uma menina triste com sua história tão curta, que voce com sua sensibilidade captou e nos passou com muita emoção.
    Que pena que exista diferenças!
    Beijos e tenha uma semana maravilhosa.
    Maria Luiza

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  17. Que belo texto Ivani. senti a alegria sua e das outras crianças que cresceram naquela rua... e senti também a tristeza e solidão daquela menina tão bonita.
    Em inglês usa-se muito uma frase 'life is not fair' - a vida não é justa, e quem é que disse que seria? Por isso deveríamos sempre aproveitar os momentos bons e felizes e deles tirar a força para viver os momentos tristes, que são inevitáveis.

    ps.: ainda estou muito longe de saber tirar fotos com qualidade, mas tenho a esperança de aprender :)

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  18. Alcova é igual a cesta.Só que a cesta é dura, a alcofa é mais maleavel, e antigamente as vendedoras levavam para as feiras os legumes dentro de grandes alcofas, as compradoras tambem tinham e era tudo colocado lá dentro, batatas, couves, fruta..
    por isso nós chamamos botique da alcofa é "chique..lol" á praça/feira.
    agora vou ler o teu testo e já comento.
    haaa pastelinho não há naquela só queijo e chouriço

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  19. Eu sempre fico fascinada ao ler as tuas histórias.
    Adoro a tua escrita, toca o nosso coração.
    Beijos

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  20. História bonita e triste e muito reflexiva.

    Tantas coisas estão ali do outro lado da rua, da porta, da janela...outros mundos, limitações e ilimitações.
    Que olhemos para o lado, que os lados olhem a sua volta e solidões achem companhias, limitações se quebrem.
    Obrigada por nos contar essa história.
    Obrigada pelo sua carinhosa visita.

    "Que equívocos não sejam alimentados.
    Que distâncias não cresçam.
    Que a confiança prevaleça.
    Que o afeto não se torne encabulado.
    Bendita seja a claridade das palavras quando ditas com o coração.
    Ele sabe como acender a luz."
    Ana Jácomo

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  21. Minha cara Ivani, ao ler as suas postagens, sempre me dá vontade de lhe fazer muitos elogios, mas pode crer que são totalmente sinceros. A sua forma de escrever tem o condão de nos transportar para esse mundo de outros tempos e outros lugares. Essa história dá que pensar. Quem sabe se não terá sido precisamente a super proteção que deram à menina que a fez ter uma saúde frágil? Pode ser ou não, mas o que é certo é que ela teria sido bem mais feliz se tivesse brincado mais com os garotos e garotas do outro lado da rua.
    Obrigada pelo prazer que nos proporciona ao ler os seus textos.
    (Finalmente voltei a regularizar a net em casa, vamos ver se agora apareço com mais regularidade) :)

    Bjs

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  22. que historia triste Ivani.
    na nossa rua,no nosso bairro, erávamos todos iguais,
    ou seja pobres,os ricos moravam na cidade alta.
    e o único contato que eu tinha com eles era quando minha mãe, me levava na casa da minha madrinha
    (que moravam na parte alta). no natal para tomar "abença"
    eu tento não ser hiper-protetiva com meu filho,mesmo ele sendo filho único,tento deixar ele livre.
    aquelas coisas são coisas muito particulares,e nem todo mundo gosto !!
    eu ficaria com a poltrona colorida.
    baci

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  23. Oi amiga Ivani!

    Por aqui,está um tempo feio,cinzento e frio...mas você me aqueceu o coração com seu comentário tão carinhoso lá no Tudo a Ver...sabe,amiga,o Cacá é realmente uma pessoa muito especial...dá uma chegadinha no blog dele...tem tudo prá você gostar,e, sensível como vc é,vai se encantar...
    Bjsssss,
    Leninha

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  24. Achei o texto belíssimo!
    Mas o que realmente me surpreendeu é que você, ainda pequenininha, tinha a sensibilidade de perceber a "diferença" da menina...e ainda ficava tocada com isso...
    Achei lindo, apesar de triste.
    Beijos

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  25. Lindo texto a infância é a base para uma viida, beijo Lisette.

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  26. linha tênue essa, não é mesmo minha amiga? Que história mais sensível ao olhar de uma criança, e quanta ironia do destino, às vezes cruel mesmo... vem como um vento frio que nos corta a alma... Adoro te ler Ivani, é como estar diante de um livro que cativa desde as primeiras linhas...

    Saudades de ti, e espero que estejas bem, vi um recado seu na Rô e acho que você esteve com algum problema de saúde... se entendi bem... se for isso, então se cuide, ok?!

    Beijos e fica com Deus.

    Su.

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  27. Histórias de vida: às vezes, alegres, outras, tristes!
    Ótimo texto!!!
    Bom feriado, amiga!
    Beijocas!

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  28. QUE HISTÓRIA EMOCIONANTE!POBRE MENINA RICA, TINHA TUDO E ERA INFELIZ...QUE FIM TRISTE ELA TEVE!!FIQUEI PERPLEXA! BJS...

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  29. Passei para deixar um beijinho!!!
    Um frrrrrio por aqui.
    Fica bem!

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  30. Olá parceira. Estou retornando aos poucos na blogosfera e, obviamente, não poderia deixar de passar por aqui. Espero que esteja melhor, eu estou melhorando aos poucos, aquelas gripes chatas que nunca saram e até conselho de pinga com limão eu recebi. ahah.
    Sobre o texto, me assustou em particular este trecho:
    "pobre bebê, sem mãe e sem pai, sendo entregue ao casal impecável e perfeito, ávido por dar ao neto todo o carinho antes canalizado para a filha."
    Eu diria ávido ao dar ao neto a vida... sem vida que deram a filha, correto?
    Hoje mesmo comentei em um blogue de uma parceira sobre a superproteção e eu a considero como um tipo de abuso infantil. Ainda pretendo escrever um post a respeito, portanto, não vou me estender sobre isto aqui. Apenas posso dizer que acho esta atitude dos pais egoísta e cruel, mesmo que sem intenção de ser.
    Senti falta de seus textos realistas e que nos remetem a lugares onde não estivemos, acontecimentos que não vivemos e, ainda assim, consegue nos fazer sentir saudades. Saudades do que não vivemos é uma sensação única e vocẽ consegue despertar em seus leitores. Ao menos em mim.
    Sobre o post anterior, eu me interessei muito mais pelo tal pastel da feira do que pela garapa, visto que prefiro salgado ao doce.
    Boa sexta parceira e até mais!

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  31. Ivani, bela postagem, mas bastante triste. A gente tem é que aprender com essas situações e ver a importância da liberdade com responsabilidade. Todos temos sempre algo que nos marca na vida. O importante é que o usemos para ensinar e melhorar essa vida tão rica e muitas vezes desvalorizada pelas coisas negativas que nela colocamos.
    Muito bacanas as fotos de Osasco.
    Beijo com carinho.
    Manoel.

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  32. Li teu comentário lá e tens razão. É muito cedo pra acertar a carreira,não é?
    Mas, fazer o quê?
    Experimentar!! beijos,chica e fica bem!!

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  33. Ivani, querida, já tinha sentido a tua ausência. Espero que esteja tudo bem e que o sumiço se deva apenas à preguiça.
    Beijo

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  34. Oi querida Ivani
    Lindo post como sempre seus escritos são poemas aos meus ouvidos.
    Tenho andado sumida é mesmo falta de tempo, trabalhando muito!
    Beijinhos

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  35. Lindo texto, essas bricadeiras fez parte algum tempo da minha infacia, pena que elas não existe mais, agora é só video game computador e televisão que pena! bjs!

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  36. moça-querida...

    vim deixar um beijinho de domingo, um dia lindo pra ti, bem azulzinho! Poesia e paz!

    Su.

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  37. Quase que fiquei sem conhecer esta vila e suas histórias!
    Apesar da triste vida de bibelô da moça, de alguma forma a alegria e peraltices de vocês a tocaram.
    Belíssimo amiga, puro sentimento e poesia em cada palavra.
    Beijo

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