quarta-feira, 25 de agosto de 2010

de manhã



preciso corrigir esse mecanismo que mostra o horário das postagens. Está errado.
ainda é muito cedo, lá fora está amanhecendo e o dia promete ser quente. Depois das noites frias que temos tido, fica agradável essa temperatura morna. Minha melhor hora do dia nunca foi o amanhecer. Costumo ficar sem sono muito cedo, e detesto rolar na cama, procurando dormir novamente. Gosto do entardecer, de saber que vou me enrolar no sofá, assistir tv, ler, descansar. Lembro-me sempre, como uma fumaça que passa devagar diante de meus olhos, de um bairro onde morei, a partir dos 09 anos, na cidade em que fui criada. Era um bairro novo, ainda com vários terrenos baldios e poucas casas. Gente humilde, boa e tranquila. Casas simples nessa minha lembrança de meus últimos anos de infância. Havia uma igreja católica, e nessa igreja um serviço de auto-falantes, onde o padre anunciava sempre os acontecimentos mais importantes, as celebrações, os falecimentos e nacimentos. E então, às 18 horas, pontualmente, ouvia-se a Ave-Maria. O som espalhava-se pelo bairro todo, lindo, convidando a população para uma pequena prece, os lábios moviam-se, as mãos em sinal da cruz...
Lembro-me disso emocionada, eram tempos dificeis, eu nem sabia que aquela música era Ave Maria de Gounod, que invadia as casas e a alma das pessoas que estavam chegando cansadas do trabalho, muitas empurrando uma bicicleta, como papai.
Será que essa paz da qual me lembro é fruto de minha pouca informação na época, de minha saudade até? Ou era melhor mesmo aquela humildade, aquela fé incontestável, a alegria pelo pouco que tínhamos?
até hoje choro ao ouvir Ave Maria de Gounod. Acredito que choro por saber que nunca mais vou ter a ingenuidade, a fé, e o prazer de andar por aquelas ruas empoeiradas de minha vida de criança.
agora vou preparar o café porque ninguém é de ferro, precisamos comer. Que seja um bom dia!

5 comentários:

  1. Lindo o texto mamma!E já arrumei seu relógio!
    beijos

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  2. Muito bom guardar com carinho estas memórias, volte e meia elas voltam e às vezes sentimos até o cheirinho de tudo, não é? Adorei o texto, já tá lá na minha listinha de blogs imperdíveis...bjobjo!!

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  3. Sabe, muitas vezes eu também sinto o cheiro da minha infância...com saudades! E você que proporcionou isso pra mim...legal né? Gostei da postagem...

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  4. Eliana disse... (quero assim)

    Linnnndo!!!!tenho lindas lembraças da minha infancia, e em muitas delas voce esta presente!!! te esperar chegar do trabalho sentadinha no portão de casa e te ver virar a esquina com um presentinho na mão (sempre no dia do seu pagamento), ir com voce nos chas de cozinha de suas amigas, escada rolante, chinelinho havaiana cheio de florzinhas cor-de-rosa, ver voce se maquiar e pegar seu delineador e me borrar toda, o meu primeiro livro..... tantas boas lembranças....

    Sou privilegiada!!!!


    Beijos

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  5. Que delícia...Imaginei até o som da Ave Maria...Aqui fica facil imaginar né?

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