quarta-feira, 9 de janeiro de 2013
Do verbo doar...
Tenho um amigo, muito querido, irmão de meu genro, que fez a opção de morar só, em uma chácara, lá para os lados de Morungaba. Fica aqui perto, sempre nos vemos e falamos.
É uma pessoa que gosta de ajudar, trocar coisas e experiências, estar em contato com a natureza, trabalhar em sua roça particular, cuidar de seus cachorros. E tem amigos por toda a redondeza.
São na maioria pessoas pobres, muito humildes, lavradores de seus pequenos sitios, tirando dali o sustento minguado, uma gente sofrida.
Hoje ele me contou uma historia real, que me comoveu. Vou passar para voces.
Valdir, esse é seu nome, conheceu uma familia que tinha um dos filhos bastante doente. Já adulto, a cor da pele amarelada, sem forças para ajudar na lavoura, em tratamento médico.
Impressionado diante das necessidades daquelas pessoas, veio à cidade e pediu roupas e sapatos usados aos seus irmãos, para doar.
Separou também algumas roupas suas, em bom estado, e com enorme alegria levou para aquela gente tão simples.
Alguns dias depois, acabadas as festas de fim de ano, voltou para sua chácara, sua casa.
Soube então que infelizmente o homem havia falecido. O que fazer, como ajudar? Já haviam feito o sepultamento no dia anterior. Decidiu-se então, como é bem de seu feitio, comprar pãezinhos e biscoitos, com um pouco de frios, e dirigir-se à casa para uma visita de cortesia.
Encontrou uma familia destruida pela dor, os irmãos e os pais muito abalados, chorando muito, naquela casa tão pequena e triste.
Meu amigo disse-lhes que sentia muito por não estar presente ao velório, não ter tido a oportunidade de ajudar, fazer companhia.
Foi então que ouviu o que nunca esperou ouvir. A mãe de Claudio, muito abatida, disse:
- O senhor fez muito por nós. Meu filho parecia um doutor, de tão bem arrumado que estava com as roupas que o senhor deu. A gente não ia ter roupas para enterrar o nosso Claudio. Pode acreditar, ele parecia um doutor com aquela camisa bonita e a calça boa. A gente agradece demais.
Valdir chorou ao contar essa historia para mim. Na casa do Sr. Roque, bairro de Passa Três, distrito de Traviú, sentado na pequena casa ao lado de uma familia inconsolável, ele aprendeu que um gesto tão fácil pode trazer consolação e dignidade. Para aquela familia, foi muito digno o sepultamento de seu filho, com roupas e sapatos decentes.
Resolvi contar para voces porque penso que servirá como reflexão. Para mim restou a inquietante sensação de que as lições veem exatamente de onde menos esperamos.
Um beijo ao meu amigo Valdir, que sabe o significado da palavra doar. Sem medidas.
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Minha admiração por Valdir e por todos que não passam pela vida e sim sentem e fazem a vida passar por si e pelos outros, com a caridade, amizade, compreensão, um olhar, uma palavra, uma camisa.
ResponderExcluirMinha oração a família do Claudio e obrigada a vc por compartilhar, deviam aparecer noticias e histórias assim nos telejornais.
Boa noite querida e bom dia amanhã a tds de boa fé e bom coração :)
Que beleza de relato e Valdir é uma pessoa maravilhosa e certamente fez a diferença pra família que sofria, mas aliviava o coração, sabendo tê-lo mandado para a grande viagem arrumado, limpo, com cara de "doutor"!
ResponderExcluirO gesto de Valdir é o que deve ser feito sempre que possível e PODEMOS SEMPRE. Há chances e mais chances pra isso. Tem tantos precisando e cada um pode fazer sua parte.
Lindo teu compartilhamento! Gostei! Deixo um beijo, quase entrando em férias, hoje é dia de arrumar os "finalmentes" ...Mas deixo abertos alguns blogs e de lá, sempre que der ,apareço...beijso,chica
Esta triste e linda história serve para muitas reflexões...
ResponderExcluirAquela muda de roupas e um par de sapatos fez a diferença na vida daquelas pessoas tão sofridas, na vida do Valdir e pode fazer para nós que estamos aqui lendo.
De onde menos esperamos as lições acontecem. Estar atentos e aprender.
Beijo
Obrigada por compartilhar história tão comovente, Ivani. Muita reflexão pode vir daí. Gente linda, esse Valdir!
ResponderExcluirBeijos,
Eneida
Por vezes nós nos preocupamos por coisas tão futeis, tão sem significado.
ResponderExcluirE só lendo e conhecendo Histórias de outras pessoas, de familias simples nos apercebemos o quanto por vezes somos tão egoistas...
Tem uma boa semana
Pinta
Diz para seu amigo que ele praticou o evangelho e dê os parabéns a ele. Ajudar tem sempre que ser nosso lema! Bonita história! Beijos!
ResponderExcluirQuerida Ivani!
ResponderExcluirLindo demais esse depoimento...
Estou aqui imaginando, como é simples e bom fazer a diferença na vida de alguém. Essa doação amorosa do Valdir mostrou isso.
Obrigada pela sua carinhosa partilha. (estarei sempre pensando nesse exemplo)
Abraços! Tudo de bom pra ti.
Ao Valdir, um beijo meu! De respeito e grande admiração.
ResponderExcluirHá seres humanos incríveis que nos permitem continuar a ter fé no homem e na sua capacidade de amar e ser solidário.
Para ti, Ivani, o meu abraço, forte, forte.
Nina
Oi queridinha
ResponderExcluirValdir....que pessoa maravilhosa, que alma pura e graça a você eu tive o prazer em conhece-lo, estou morrendo de vontade de ir até o sitio dele e fazer aquele almoço em seu fogão a lenha, ver suas galinhas com seus pintinhos (cada um tem seu nome) seus cachorros, passarinhos...enfim tudo aquilo que ele nos relatou. Valdir um grande abraço e eu te admiro muiiiiiiiiiiito.
Edison
Lindos os gestos de Valdir e linda a maneira que encontraste de relatar.
ResponderExcluirAo mesmo tempo que fiquei comovida, levei minha imaginação até os lugares descritos e os vi, na sua simplicidade, muito iluminados com a luz do Amor.
Beijinho,
Beth
Minha querida Ivani,
ResponderExcluirComovente história, amiga! Me levou ás casinhas humildes dos colonos de fazendas, que, mesmo em sua humildade, proporcionam a seus mortos velório e enterro dignos. Estas pessoas são gratas a tudinho que se faz por elas e teu amigo soube ser o anjo da vida delas...e da morte também.
bjssssss,
Leninha
ResponderExcluirvim agradecer e deixar um beijo praiano...Tá ótimo !chica
Ivani, tudo bem?
ResponderExcluirSim, muito legal a atitude do senhor.
Há um bom tempo que não visitava seu blog, e hoje ao passar vi seu blog e vim fazer uma visita para ver como estava e o que escreveu, vi alguns texto, o que muito me alegrou, e vim também deixar minhas saúdações. Desejo que continue a dar-nos bons textos e também que goze de boa saúde, fique na paz.
ResponderExcluirAntónio.
Ps. Meu blog é o Peregrino E Servo.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirIvani, parceira... Esta história do Valdir me faz pensar no quanto, por vezes com o pouco que temos, o nosso "pouco" pode fazer muita diferença em nossas vidas.
ResponderExcluirInfelizmente, ultimamente as pessoas tem o coração duro, percebi isto quando anunciei sobre a Vakinha Virtual (cuja doação é mínima de 5 REAIS) pessoas se negando a colaborar, algumas alegando não ajudar desconhecidos ou que faltavam-lhe dinheiro. Não cabe a mim julgar (não sou juiz, rs), mas é triste observar o nosso próprio egoísmo. Eu mesmo reconheço que ainda não doei, mas tenho como meta fazê-lo o mais pronto possível, porque não quero doar apenas os 5 reais.
Meus muitos parabéns ao Valdir que não conhece somente seu próprio umbigo e a você, por TENTAR levar algumas pessoas à reflexão e que não fique na reflexão somente.
Bom fim de semana.
=> CLIQUE => ESCRITOS LISÉRGICOS...
PS: Excluí o primeiro comentário porque veio "colado" junto a um comentário que fiz em outro blogue. Répteis nada tem a ver com o tema. ahahah. Foi mal.
ResponderExcluirQue linda estória, Ivani!
ResponderExcluirObrigada por compartilhar conosco.
Parabens pro Valdir pelos lindos gestos.
Ótima reflexão.
Grande beijo
Ah, estou pra te perguntar faz tempo...sua filha nao voltou ao blog mesmo?! Outro dia entrei la para ver se tinha novidades :(
Um beijo para minha amiga Ivani, que com sua sensibilidade sempre me presenteia, mesmo não estando ciente disso. '...sensação de que as lições veem exatamente de onde menos esperamos."
ResponderExcluirObrigada minha querida :)
olà ivani
ResponderExcluiressa historia me comoveu, eu venho de uma realidade muito pobre, o interior do RN.
e sei o valor de cada gesto de bondade.
seu amigo fez uma coisa tao simples, e tao extraordinária ao mesmo tempo.
palmas pra ele, e para vc que nos contou essa historia que faz refletir, sobre as mil possibilidades de ajudar.
baci
Oi, Ivani. Eu já disse isso e repetirei quantas vezes precisar: adoro vir aqui. Essa história é o tipo que eu gosto, com uma lição linda sobre como a vida pode ser surpreendente. Para seu amigo ter dado roupas não era o suficiente, mas para aquela família fez toda a diferença. Olha, que coisa bonita! E mais, conservar o poder de se emocionar com uma história tão simples e profunda é mais um dom a ser conservada, quando vivemos em um mundo onde muitas pessoas poderiam considerar isso muito pouco. Dessas pessoas, tenho pena, e não daquela família, tão grande em sua simplicidade. Um abraço!
ResponderExcluirVim agradecer e tomara que melhore por aí.Sabes que o Gordo na Inglaterra arrumou feridas nos pés de tanto frio. Sabes o motivo? Não gosta de colocar nada em casa, só havaianas e vai pro pátio.
ResponderExcluirAqui tri bom e acabei de colocar novo no canteiros, logo depois que comentaste,srst beijos,chica
Oi Ivani!
ResponderExcluirHoje vim agradecer a visita e o comentário tão carinhoso.Ainda está frio aí? O tempo aqui na serra está louquíssimo, ontem fez um frio de doer os ossos,de madrugada caiu um temporal e hoje está um dia ensolarado e fresco. O mundo não acabou, mas que está mudado, ah isto está mesmo!
Uma linda semana prá vc, amiga.
Bjssssss,
Leninha
Passando para deixar um beijo!
ResponderExcluirQuerida Ivani!
ResponderExcluirNão consigo encontrar as palavras certas para comentar esse post...
Como transmitir a comoção que senti? Não consigo.
Esse mundo é tão cheio de tristezas, não é mesmo, minha amiga? Mas é impressionante como há beleza em toda parte! Um grande abraço ao seu amigo Valdir, por fazer desse mundo um lugar mais bonito.
Beijos
O Valdir assim como toda sua família e amigos mais chegados devem ser pessoas fantásticas. Gente boa só atrai gente boa. Imagino o tamanho do coração do Valdir. Abraços
ResponderExcluirObrigadão!!Adoro te ver lá!beijos praianos, iniciando mais um dia... Daqui a pouco caminhada e antes disso estou aqui pra ver os amigos ,enquanto os 2 aqui ainda dormem... chica
ResponderExcluirIvani, querida, esclarece-me, por favor:
ResponderExcluirDoce de leite é o mesmo que leite condensado?
Beijinhos
Agora que explicou, está esclarecido.
ResponderExcluirAqui temos essa variedade. Muito obrigada pela oferta.
Beijinhos
Não sei onde li que, ao ajudarmos alguém, estamos nos ajudando.
ResponderExcluirSeu amigo Waldir tem um bom coração, e com seu gesto, faz-nos refletir sobre o real valor das coisas: a simplicidade e o amor com o próximo. Só tenho a aprender com esse relato emocionante. beijos Zizi
Oi Ivani!
ResponderExcluirPassando por acaso pra conhecer seu blog...,lendo esta história fiquei emocionada,se existissem mais pessoas como este seu amigo o mundo com certeza seria melhor.
Bom domingo,uma abençoada semana pra vc.