Em Veneza...

Chegar a Veneza foi impactante!
Não encontrei outra palavra para definir.
Chegar de trem é uma experiência única, penso que não é o mesmo que chegar de avião, ou onibus.  A estação está lá fazem muitos e muitos anos, e não precisamos tomar um taxi ou andar por ruas para "ver" Veneza.

Quando descemos do trem, atravessamos a estação, saimos para a escadaria e nos deparamos com o Grande Canal, à nossa  frente, com gôndolas, barcos, lanchas, tudo balançando sob um céu azul e sobre águas verdes.
E então senti vontade de gritar:
"é isso! estou dentro do quadro, faço parte da paisagem, estou em Veneza!"
Foi paixão instantânea, aquela coisa de pele, de olho no olho.
Eu olhando para ela e ela se exibindo para mim.

Emocionante, Veneza foi a cidade onde meu avô, João Domingos Zanon, ainda criança, embarcou em um navio, no inicio dos anos 1900, com destino ao Brasil.

Olhei em volta e pensei: "veja bem vovô, eis Veneza recebendo sua neta para que ela compreenda o quanto deve ter sido sofrido partir."

Passei dias embriagada, de sol e de alegria. Andar pelos canais, atravessar suas pontes, me deslumbrar em  cada curva.

Os ônibus são barcos, as feiras são barcos, as ambulâncias são barcos, a policia vai de barco rsrsrs
Os enterros são feitos de barco, os casamentos também, todos têm lanchas ou pequenos barcos a motor ancorados às margens.
É tudo tão diferente, tão velho, tão lindo!

Ao contrário de Milão, come-se muito peixe! os restaurantes cheiram a peixe na brasa, cobertos com tomates e manjericão, e sálvia! e pão e vinho! E macarrão, claro!
Tudo bom demais, perfumado demais, que saudade...

A Praça de São Marcos, magnifica em sua altivez, seus mármores, seus leões de bronze, suas esculturas enormes, e os pombos...

Entre os arcos da praça pequenas orquestras se revezam tocando para os turistas que se apinham entre mesas e cadeiras, tomando vinho e conversando.
Muito turista! Muito chinês...eles adoram viajar e tirar fotos. São comportados, silenciosos e sorridentes.

Veneza é poetica, apaixonante, envolvente, quero voltar!

Ao embarcar no trem com destino a Florença, tres dias depois, disse adeus a Veneza entre lágrimas. E chorei por muitos minutos olhando pela janela enquanto ela desaparecia envolta em neblina.
Silenciosa, mística e mágica. Vou me lembrar dela para sempre.  Choro quando falo, choro enquanto escrevo. Sabia que seria lindo mas nunca pensei que seria tanto.

arrivederci!!!