Sem mais nem menos eu decidi que iria até Samambaia.
Era um domingo pela manhã, bonito, sem compromisso algum.
Vamos lá...estrada boa, não muito longe daqui.
Não avisei a familia (independente demais!) pois voltaria logo.
Ao chegar à cidade de Elias Fausto, proxima a Capivari, fiz algumas perguntas e rapidinho estava entrando em Samambaia.
Pensei que estivesse só.
Mas não! carreguei ao meu lado o fantasma de meu pai, sentado no banco do carona, e mais alguns no assento de trás.
A certa altura papai disse: -se voce virar aqui chegaremos ao "sitio de titia".
Era assim que se referia ao sitio onde morou a vida inteira uma tia querida que ele visitava com frequência.
Eu olhava as estradas de terra vermelha entre os canaviais e ouvia meu pai dizendo - foi alí que conheci Alzira, e olhe... por alí vovó andou a vida inteira levando o café pra gente na roça...
Tá vendo aquele lago? ali eu pescava aos domingos, junto de seu tio Zéca, lembra dele?
Pára o carro disse papai:- Veja o armazém! era aqui que sua avó me mandava buscar mantimentos para a casa.
E minha mãe, no banco de trás dizia sorrindo:- "Tide, olha o salão ao lago do armazém onde a gente dançava nos bailes de sábado!".
E o fantasma "doidinho" de minha avó Albina dizia com hálito de cigarro:
- Seu avô adorava tomar uma cachaça com os amigos nas tardes de sábado, bem aqui, na frente da venda.
Meus fantasmas gostaram mais do passeio do que eu, que senti vontade de chorar em cada esquina, em cada curva.
Papai não conseguiu encontrar a casinha onde morava. Suspeito que tenham demolido para plantar mais e mais cana.
Eles quiseram descer do carro por lá...penso que ainda moram lá.
No fim da estrada de pedra, quando começa a terra vermelha e o imenso canavial, sem fim, olho pelo retrovisor e acredito que ainda os vi, acenando, no meio do poeirão.
Voltei só, como fui, e trouxe comigo as imagens que gravei no coração, de Samambaia, a terra de meus pais.
(a foto lá em cima é do Google. As fotos do celular ficaram feias e (imperdoável!) não levei máquina.
Volto um dia desses para fotografar).
Mais um pouco de chão e vc chegaria até a minha casa! Santa Bárbara é próxima de Capivari, mas nunca ouvi sobre Samambaia, Lúcia! Muito legal o que vc nos relatou. Da próxima vez, chegue aqui! tomaremos um gostoso cafezinho com muita prosa! Meu grande abraço!
ResponderExcluirIvani, amiga muito querida. Que passeio gostoso e que inspirada postagem. Muito gostoso aprender um pouco sobre a bela Samambaia.
ResponderExcluirAdorei a foto com a terra bem vermelha e o canavial.
Aguardo sua próxima viagem em companhia da máquina fotográfica.
Beijo no seu coração.
Manoel.
Como eu admiro a maneira como escreves, e descreves.
ResponderExcluirQuem dera muitos escritores nos deixarem assim apaixonados pelos textos como tu fazes.
Beijos Pinta
Guria, quase chorei contigo! Escreves muito bem, nos leva de carona como levaste teus queridos fantasmas... Adorei passear assim e sabes? Diriges muito bem!!Nem fiquei tontinha nas curvas,rs.
ResponderExcluirMuito legal te ler!!Parabéns! Por que não juntas tuas crônicas e contos e publica? beijos,chica
Olá moça,que lindo teu texto.
ResponderExcluirA saudade é uma boa companhia muitas vezes. Ela nos deixa bem pertinho com o que o amor guardou e se abraçam.
Belo passeio.
Beijinho
Oi queridinha!
ResponderExcluirAdorei, gostaria de estar junto e fazer parte da conversa. Que tal voltarmos um dia desse e lógico levaremos nossas máquinas.
Beijo
Amei seu passeio com seu pai e o pessoal do banco de trás.
ResponderExcluirTenho para mim que qd fazemos terapia ou levamos alguma causa familiar para oração, ou revisitamos lugares, todas as pessoas que nos cercam são levadas junto.
Penso que seu pai não estava no banco ao lado, mas ao volante com e em vc, como vai a padaria com vc, ele é uma parte indiferenciada sua e essa parte sua reviveu, sentiu saudades, felicidades, reavivou memórias, criou novas memórias, que podiam ter fotos melhores, mas o coração fotografou perfeitamente.
É impressionante como ao escreveres, me fazes viajar nas tuas histórias. Pude ver os "fantasminhas" alegres, aproveitando a carona para estar perto de ti e reavivarem tua memória com seus "pitaquinhos"! Sim, tenho certeza que eles estavam dentro do carro para mostrarem o quanto estão bem e trouxeram à baila apenas as boas recordações.
ResponderExcluirBeijos amiga, escreva sempre.
Beth
OI PRINCESA SABAMBONA!!!! FOSTE VISTAR TEU REINO?
ResponderExcluirE EM DOCES E SAUDOSAS COMPANHIAS. LINDO TEXTO, ME EMOCIONEI E VIAJEI CONTIGO!
TEUS FANTASMAS FORAM ADORÁVEIS PARCEIROS, POIS NÃO TE DEIXARAM SOZINHA E AINDA: DESTA VEZ NÃO TE PERDESTE!!!!
BEIJO GRANDE!
MINHA AMIGA QUERIDA!QUE PASSEIO NO TEMPO VC FEZ!EU NÃO SABIA DA ORIGEM DO NOME DO SEU BLOG...FIQUEI EMOCIONADA!!E COMO DISSE A ROSANE, VIAJEI CONTIGO!!TEUS FANTASMAS AMIGOS, DEVEM TER FICADO FELIZES EM SABER QUE GUARDAS COM AMOR AS BOAS LEMBRANÇAS DA VIDA,BJS!
ResponderExcluirBoa Tarde Anjo Lindo.
ResponderExcluirHoje venho agradecer o carinho deixado no meu blog pelo meu aniversário.
Agradeço a Deus por ter sua amizade e carinho muito tem me ajudado a romper
muitos momentos difícil pelo qual tenho passado.
A amizade é tudo nesses momentos conhecemos o carinho da amizade Sincera.
Beijos no seu coração.
Meu eterno agradecimento,Evanir..
As vezes acompanho mamãe em passeios nos bairros onde moramos algum tempo de nossa vida.
ResponderExcluirEla gosta.
Ivani, a vida é assim, as pessoas queridas se vão mas elas sempre de alguma forma estarão por perto. Lindas lembranças, lindo texto, de emocionar. Fiquei imaginando cada cena, espero que um dia tire mesmo as fotos para compartilhar. Um abraço!
ResponderExcluirOi, querida,
ResponderExcluirCoisa comovente e estranha é esse convívio da gente com os que se foram, né? Acho que quanto mais a gente vive, mais os que se foram se fazem presentes em nossas memórias e em nosso coração. Adorei o texto!
Beijo!
Ah...Ivani!
ResponderExcluirLeio este texto lindo e profundo de sentimentos seu agora de noite e bem no final quando vc diz que deixou eles lá, meus olhos se encheram de lágrimas!
Que lindo passeio e recordações. Nem sei o que falar, acabei de passar para minha irma o seu link e pedi que ela lê-sse. Na verdade, adorei te ler...quando vc e a Tina escrevem assim com o coração eu não aguento!
Obrigada por essa emoção...fui junto com vc e voltei olhando para trás e acenando com um lencinho.
Lembrei das histórias dos meus avós, lá de Cafelândia-SP...bem parecido.
Beijos e me emocionei muito...valeu!
CamomilaRosa
Lindo dia pra ti também!!beijos,obrigadão sempre!chica
ResponderExcluirAmiga querida,
ResponderExcluirUma viagem ao passado costuma nos trazer os nossos fantasmas, mas é sempre de vital importância para nos lavar a alma e desafogar tudo aquilo que , guardado nos porões do inconsciente, nos oprimia e angustiava. De outra feita sua viagem será menos penosa.
Recordar é viver novamente,amiga e você o fez de uma maneira doce e terna, dando voz e vez aos seus queridos fantasmas...lindo e doce o seu narrar.
Bjsssss e um carinho imenso,
Leninha
fantasminhas camaradas, divertidos! renderam-lhe uma escrita tão envolvente, que eu queria que o percurso tivesse se prolongado mais. Estava adorando as recordações dos fantasminhas.
ResponderExcluirNão dá para tê-los sempre , então o que restou foi dar adeus.
beijos
Zizi
Eu não era uma fantasminha no seu carro mas viagei gostoso na sua história. É impressionante como você conta uma história e nos leva junto, nos faz viver o que você descreve.
ResponderExcluirLindo, lindo e lindo.
Bjs querida
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVani, a gente sempre dá carona para almas, amadas ou não. As não amadas a gente toca para fora e as do amor a gente carrega, cuidando sempre para não deixá-las tristes. Conversa e ri junto. Seu passeio deve ter sido uma delícia, mesmo com lágrimas nos olhos. Nossa alma carrega o mundo junto, cabem mil dentro de um carro e mais milhares de vultos pelos caminhos, acenando faceiros ou indiferentes, de braços caídos e deixando claro que nem é preciso parar e oferecer-lhes carona, pois já foram embora, antes de morrerem, já não viviam quando viviam. Não podemos salvar o mundo, cada um escolhe para quem dá carona e qual caminho tomar.
ResponderExcluirMais uma vez amei seu texto e adore ver seus pais dançando no salão, ao lado do velho armazém.
Beijos e continue dando carona para quem te trás boas lembranças e te faz feliz.
Ivani,
ResponderExcluirEssas suas crônicas são uma leitura simplesmente deliciosa!
Você levou os seus fantasmas na visita à cidade de seus pais?
É isso mesmo que fazemos quando vamos dar um pulinho ao passado, seja de que forma for, não é mesmo? Levamos juntos nossos fantasmas que, por vezes, querem mesmo é ficar por lá.
Isso, porque quase sempre eles são apenas saudades...
Um bom domingo, minha querida amiga e obrigada por esta maravilha de texto!
ai ai, o que dizer depois de uma viagem assim?... respiro fundo aqui minha amiga porque tua viagem, tuas palavras, teu jeito de narrar emocionam... fazem os olhos ficar marejados de emoção... impossível não viajar contigo e ao mesmo tempo não nos transportarmos as nossas viagens também... aos nossos "amados fantasmas"... tenho certeza que eles estavam contigo em cada curva que te fez chorar e alí enxugaram tuas lágrimas e te fizeram prosseguir em nostalgia em alegria em poder e coragem... e se alí na saída eles te acenaram foi porque a missão se cumpriu e um novo ciclo se criou e uma nova fase do sentir se instalou em teu coração...
ResponderExcluirBeijo grande pra ti!
Su.
Vim desejar uma boa semana :)
ResponderExcluir“Que sejamos doce, ao ponto que o tempo nunca amargue.
Que a felicidade esteja em nós de um jeito que a tristeza nunca estrague”
Amiga, quantas conversas mantenho com meus fantasmas, quantas!
ResponderExcluirGostei imenso do texto!
ADOOOREI O TEXTO!!! NA IMAGINAÇÃO SE VAI LONGE...
ResponderExcluirBJUUUUUUU
Minha querida Ivani,
ResponderExcluirRealmente é uma linda melodia e me faz viajar no tempo...um tempo de muita ternura e solidariedade entre as pessoas...
Obrigada pelo carinho, amiga.
Bjssssss,
Leninha
Vim te ver e nada novo aqui...Cadê? rs..beijos,lindo dia,chica
ResponderExcluirAdmiro você Ivani, são poucos os q têm a coragem de voltar e visitar seus fantasmas, e não fazem isso por medo de sentir a dor, a tristeza. Você não, você encara os momentos de sua vida, sofre, mas vive eles intensamente, e profundamente.
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