terça-feira, 4 de junho de 2013

Festa Junina, quem gosta?







Eita sô...
Mês de junho é meio nostálgico, não acha?
Conheci uma garota que sempre gostou de festas juninas. Aliás ela adorava festas, qualquer uma que tivesse muita música.
Naquela época de sua juventude, anos 60,  não era comum ter bebidas alcoólicas nas festas,  e nas juninas, o quentão era tão fraquinho que quase não saia da xícara, coitado!
Essa amiga me conta que a euforia não era provocada pelo alcool, longe disso, era uma alegria autêntica, que contagiava e se espalhava pelo salão decorado de bandeirolas e baloezinhos coloridos.
Não era só Sto. Antonio, o padroeiro da cidade o grande homenageado. Em S.João também tinha festa, e em S. Pedro de novo, para não perder o pique e para pedir ao santo meteorologista que fosse camarada durante o ano todo.
Nas festas do colégio a garota participava na organização, ensaios, montagem de barracas, enfeites e brincadeiras.
Ela se emociona ao me contar sobre o "correio elegante" quando recebia os bilhetinhos e ficava olhando em volta para saber quem era o engracadinho que havia escrito.
Não raro os bilhetes eram enviados por amigos, ou amigas, que queriam brincar e se faziam passar por paqueras.
Tinha a cadeia, onde alguém pagava para outro ser preso, numa cela feita de bambús...e o prisioneiro só saia se alguém pagasse uma fiança.
Ela se lembra de um rapaz, o mais lindo do colegio, que foi preso junto de uma menina que gostava dele.
Tudo combinado, ninguém pagou a fiança. Eles passaram a festa toda atrás das grades de bambú, conversando...
Casaram-se e tiveram dois lindos filhos. Será que foi mérito dos amigos? Ou de Sto. Antonio?

E a quadrilha? Essa senhora que hoje me conta sobre as festas, tinha uma particular preferência pelas quadrilhas. Não perdia uma!
Nunca dançou com seu amor, uma pena, mas foram tantos e tão divertidos os pares! Tantos sorrisos e olhares, tantas voltas e mais voltas, e mais voltas...

E vejam bem, foi numa festa junina que minha amiga começou a namorar seu ultimo amor. Não houve cadeia, nem correio elegante, nem dançaram juntos a quadrilha.
Houve apenas ele assistindo e ela dançando. Ele olhando e ela sorrindo, ele sonhando e ela alimentando o sonho.
Houve pipoca, quentão e pé-de-moleque. E quando ninguém mais estava dançando houve um abraço no ponto do ônubus, um beijinho de despedida, um calor no peito dentro daquela noite gelada de S.João.

Uma lágrima insiste em rolar pelo rosto enquanto me conta sua historia. Mas  ela sorri, passa os dedos rapidamente sobre a face e diz com os olhos brilhando: " e então amiga, onde vamos fazer a festa desse ano? aqui mesmo no salão do predio? tem que ter bandeirinhas e também música, muita música!"



18 comentários:

  1. Eita, que lindo isso!

    Peguei saindo do fono como o bolho de milho das festas!

    E essa senhora deve mesmo ter aproveitado tudo e todas nelas. Saudades devem agora doer, lágrimas podem rolar, ma mesmo assim, sacode a poeira, limpa a lágrima e já prepara o vestido de chita pra rodas no salão.

    Lindo, adorei! Aliás, sempre adoro aqui te ler!

    beijos,chica

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  2. Não gosto de festas juninas. Tem pavor dos fogos.

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  3. Oi querida!!

    Já gostei muito destas festas, na juventude.Hoje curto mesmo é ficar em casa, embaixo de um bom cobertor e comendo canjicada ... hahaha, aliás fiz neste final de semana e me fartei ...rsrs

    Beijo grande!!

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  4. Olá parceira, como estão as coisas por aí?
    Eu, particularmente, DETESTO festas juninas, mas faço o sacrifício pelas comidas, pois sou louco por derivados de milho tais como pamonha, bolo e quanto ao quentão, o de agora é bem mais interessante pelo visto. rs.
    Abraço e boa noite.

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  5. Aqui tambem se festeja este mês. Santo antónio é o padroeiro aqui de Lisboa, todos os anos a câmara faz casamentos de santo antónio, onde os moradores se inscrevem e se forem os escolhidos tem o casamento pago com direito a reportagem de tv durante toda a festa.
    Eu gostava de saltar a fogueira quando era miuda, agora poucas fogueiras já se vêm por aqui.
    Faz a festa e te diverte.
    bjoss

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  6. Ah, que história linda!!Eu não gosto muito de festa Junina...mas participo da festa da minha escola.Ensaio quadrilha com as crianças, trabalho nas barraquinhas, mas não gosto muito.Acho que é trauma de infância...tinha que vender rifa,tinha que dançar, sem querer dançar, tinha que se vestir de jeca e eu odiava!!Minha filha, ao contrário de mim, AMA!!Dança,se veste de jeca, pula ,canta, não perde uma!!Vai entender né?Beijos!

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  7. Gosto demais uai!

    Sempre foi a minha festa do ano, de criança, na adolescência e é até hoje, sou uma baiana, espanhola que não gosta de carnaval nem de taconeados, gosto mermo é di um bão arrasta pé.

    Mió assado na fogueira, queimadinho é meu ponto preferido, milho cozido, canjica, pamonha, lêlê, bolo de milho (quase uma parenta das galinhas), bolo de carimã, de tapioca, de macaxeira, laranja de umbigo descascada fazendo volta, muito amendoim cozido e refrigerante para descer td isso, serve café também (tomo café até em bar se tiver no cardápio...rsrs). Eu sou a animação em pessoa, mas se tomar álcool: capoto.

    Quanto aos fogos, além de eu ser uma curisca, acho lindo, nunca tive medo, já soltei muita cobrinha, chuvinha, estalos, bombas e até espadas. Com prevenções e cuidados, claro.

    Ano passado dei a minha vó que estava com 93 anos uma chuvinha para ela segurar e viajar naquela luz e estrelinhas numa busca de histórias em sua memória já meio perdida, tirei foto, vou te mandar.

    Amo ver fogueiras queimado, tecidos de quadros, de chita, os vestidos, chapéus de palha, faço trancinhas e ponho fitas, a pouco tempo até as pintinhas pretas na bochecha eu fiz, meu marido ficou fazendo hora e tasquei-lhe um bigode nele.

    Para as festas da escola de meu filho qd ele era pequeno SEMPRE fui a caráter junto com ele e me divertia junto também \o/

    Amo sanfona, triangulo zabumba, as musicas de Gonzaguinha, Gonzagão, Elba...Amo as histórias e coreografias das quadrinhas e do casamento na roça.

    AMO ir e ficar em interiores, ouvir sotaques, ver e viver a vida simples de quem tem São João, São Pedro e Toinho como mais que festas de junho, como estilo de vida.

    Anarriê!
    Anavatú!
    E vamu simbora cumadre!

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  8. Até chegar a cadeia de bambu, juraria que a "amiga" contadora da história era eu.
    Mas, adiante reconheci a pessoa que tanto brincou nas festas juninas dos anos sessenta e que escreve tão bem que nos leva fácil, fácil ao passado!
    Lindo Ivani, tens tantas histórias com teu amor, saudade feliz.
    Gostava muito das festas juninas dos anos 60, fazíamos também algumas em frente a nossa casa, com os vizinhos. Montávamos (nossos pais) enorme fogueira e as brincadeiras eram na rua mesmo! Muito bom.
    Beijinho,
    Beth

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  9. Tempo bom. Lindo e ingênuo. Por isso, muito bom.
    Obrigada por nos fazer reviver o que tínhamos de bom no passado. Que delícia! Você é mestra em fazer isso, Ivani. Que lindo ler o que você escreve. Quanta emoção e saudade você nos desperta! Obrigada, mais uma vez, amiga querida.

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  10. Ivani, querida,

    Aqui em casa todos adoramos festas juninas! As festas de antigamente eram maravilhosas, por todas as razões que você tão bem registrou, rsrs. Acho que conheço esta sua amiga, fã de festas juninas. E gosto muito dela, aliás, rsrs.

    Um beijo!

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  11. Quero acreditar que novos amores nascerão neste mundão cheio de pequenas e grandes festas. Novos amores comoo da tua amiga que traz a imensa felicidade, junto com o sorriso do moço!
    Beijo

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  12. Oi queridinha.

    Vou te contar uma coisa:

    “Nossa Senhora e Santa Isabel eram muito amigas. Por esse motivo, costumavam visitar-se com freqüência, afinal de contas amigos de verdade costumam conversar bastante. Um dia, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora para contar uma novidade: estava esperando um bebê ao qual daria o nome de João Batista. Ela estava muito feliz por isso! Mas naquele tempo, sem muitas opções de comunicação, Nossa Senhora queria saber de que forma seria informada sobre o nascimento do pequeno João Batista. Não havia correio, telefone, muito menos Intemet. Assim, Santa Isabel combinou que acenderia uma fogueira bem grande que pudesse ser vista à distância. Combinou com Nossa Senhora que mandaria erguer um grande mastro com uma boneca sobre ele. O tempo passou e, do jeitinho que combinaram, Santa Isabel fez. Lá de longe Nossa Senhora avistou o sinal de fumaça, logo depois viu a fogueira. Ela sorriu e compreendeu a mensagem. Foi visitar a amiga e a encontrou com um belo bebê nos braços, era dia 24 de junho. Começou, então, a ser festejado São João com mastro, fogueira e outras coisas bonitas, como foguetes, danças e muito mais!”.

    Pode acreditar.

    Beijos

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  13. Ri muito do teu comentário sobre o Cabral,rs Tu és demais! beijos,chica e lindo fds!

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  14. Que história mais doce!
    O primeiro beijo, o primeiro abraço, o primeiro amor.
    Isso marca profundamente.
    Um grande beijinho querida Ivani.

    Muito obrigada pela receitinha de pernas de frango com creme de cebola.
    já está guardada!

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  15. Que lindas memórias querida Ivani! E como são especiais em nossa vida...deveríamos escrever um livro para poder emocionar as pessoas, mas ainda bem que temos o Blog!
    Eu adoro festa junina e tenho grandes recordações da infância e mocidade...a festa de Sto Antonio era motivo perfeito para a paquera, os bilhetinhos e a maça do amor!
    Minha filha não vive isso como eu vivi, mesmo morando em cidade relativamente pequena...uma pena!
    Beijos e quero te desejar um ótimo final de semana e muita paz!
    CamomilaRosa

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  16. Ai que lindo Ivani!!!
    Você contou tão lindamente, e tão igualmente as histórias da minha adolescência,
    eram assim mesmo as festas juninas. Magia , encantamento e até pureza no ar.
    Parabéns e obrigada por me fazer sonhar ao relembrar.
    bjs. Bom final de semana

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  17. Se vai ter quadrilha, quem sabe a dona da história encontra um parceiro para a dança?
    Mesmo que não tenha um casamento na roça, ela poderá se divertir, envolvê-lo nas tranças e dar um beijo enquanto a folia pega fogo!
    Eu, Ivani, nunca tive o gosto de uma festa , de dançar a quadrilha. Meu pai não deixava. Eu vivia a sonhar escondida que um dia, eu pudesse dançar e um caipirinha me cumprimentasse com o chapéu. Sabe quando dancei a quadrilha? quando dava aula, aos 35 anos e mesmo assim, tive que me fantasiar de homem, pois as professoras já tinham o vestido. Affe! Hoje dou risada! No dia, fiquei sentida.
    beijos, falei demais
    Zizi

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  18. Ivani, também estava com saudades e me emocionei com suas palavras tão lindas! Obrigada e volte mais vezes! Esse mês é muito significativo, pois nele que eu amei e namorei o meu Tony, mas foi também nele que eu o perdi! Forte abraço!

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