sábado, 30 de junho de 2012

Alguém diferente



Toda cidade tem um personagem pitoresco. Pense um pouco e voce vai se lembrar de um, ou mais!
Na cidade de Osasco, onde vivi muitos anos, havia a Ximbica. Uma mulher de idade indefinida, maltrapilha, que vivia pelos bares bebendo,  isso em uma época que as mulheres sequer entravam em um bar.
A Ximbica aceitava convite dos homens para um "traguinho" e com isso eles garantiam horas de diversão, pois ela não se fazia de rogada, soltava seus palavrões e piadas imundas, tornando-se a diversão da rapaziada.
Alguns anos depois de ter mudado para o interior, meu pai contou que ela havia falecido. Houve velório, palavras no jornal da cidade, sepultamento digno. A Ximbica fez historia, era querida e nem sabia.
Por aqui, em Valinhos, em 1986 quando cheguei, havia também uma figura pitoresca. o nome dela era Santa.
Nem sei ao certo se era Santa mesmo, ou se deram a ela esse apelido porque de "santa" não tinha nada rsrsr
O cabelo era todo desgrenhado, crespo e curto, onde ela fazia algumas trancinhas e amarrava com fitinhas e tiras de pano coloridas.
A idade também era indefinida, carregava uma sacola imunda cheia de panos com um prato e uma caneca.
O curioso da Santa era a sua total falta de pudor.
Em sua inseparável sacola tinha também sabonete e toalha. No verão ela não se apertava, entrava em qualquer jardim, abria a torneira, ficava totalmente nua e tomava um banho gostoso. E cantando!
Era a atração da cidade. Todos já tinham visto a Santa nua, peladinha da silva mesmo, e toda ensaboada, cantando rsrsrs
A policia aparecia e acabava logo com a festa. Mas nem todos avisavam a policia, pois preferiam assistir ao show da Santa em seus minutos de glória.
Minha casa era, não raro, alvo de outra atitude despudorada dela.
A casa foi construida nos fundos do terreno, uma subida, com pedras até a porta da sala.
Cidade pequena, pacata, o portão ficava aberto pois não havia medo nem surpresas.
Mas foram várias as vezes que a Santa entrava até o meio da subida, abaixava as calças e virava o "traseiro" para minha casa, fazendo xixi.
Meus filhos riam muito com a cena vista da janela da cozinha.
Ao terminar,  continuava a subir e  batia na porta pedindo café. rsrsrs
Servia o café em sua propria caneca, oferecia pão,  que ela comia á sombra da jabuticabeira   Enquanto isso eu abria o esguicho para que a água lavasse as pedras.
Ela ria e dizia que eu era muito boba,  não precisava lavar, ia secar...
Santa também morreu, passou uma temporada no hospital, sendo tratada com muito carinho pela equipe da Santa Casa.
Já se lembrou da figurinha especial que voce conhece em sua cidade?
Com certeza existe, não há cidade sem eles.
Hoje, como é regra não ficar sem,  tem por aqui um homem jovem, que anda para cima e para baixo chupando chupeta.
Mas ele chupa com força, até faz barulho, e estala a lingua, com prazer de criança rsrsrs
Sinto pena, mas percebo alegria em sua demência, creio que seria muito pior se estivesse em um hospital psquiátrico.
Os comerciantes o alimentam, dão roupas e calçados. É a maneira brasileira de ajudar, sei lá, posso estar errada.
Diga-me o que acha. Agora é sua vez de me contar...





33 comentários:

  1. Ai...eu lembro sim...
    Quando morei em Minas tinha um senhor que todo dia na missa de domingo ele entrava e passava no meio de todos e ia lá na frente e falava sozinho...ele tinha problemas mentais e andava se arastando e acho que naquela época a prefeitura não ajudava a tirar essas pessoas da rua e dar ajuda em hospital ou casa de repouso. Morei oito anos no Sul de Minas Gerais...e ele sempre estava na cidade até o dia que mudei!
    Que houve com ele...não sei!
    Pessoas especiais que precisam de cuidados especiais e alguem com bom olhos!
    Muito bom te ler!
    Bjs e ótimo domingo para vc e sua família!
    CamomilaRosa

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  2. Ivani, tenho quatro pessoas que ficaram na minha memória. Eram casos assim parecidos com os seus, mas o da Santa superou todos, não? Super despudorada era ela! gostei muito desse assunto! Beijão!

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  3. Ameii esse texto!!
    Me tocou bastante! ;)
    Uma semana muito especial para você!!
    Ah, jah deu uma passadinha no BT? Não?? Pois vem me visitar, tem post novo no blog: http://www.blogdatardee.blogspot.com.br/2012/07/hoje-eu-fui-assim-thats-way-i-like-it.html
    Aguardamos o seu recadinho la no post! ;* beijos

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  4. IVANI, EM MINHA INFÂNCIA LEMBRO-ME DO SEU GERMANO DA CARARA, MORRIA DE MEDO DELE.ERA UM HOMEM GRANDE QUE ANDAVA COM UM SACO,EU FICAVA ACHANDO QUE LÁ DENTRO HAVIA CRIANÇAS QUE ELE ROUBAVA...TINHA PAVOR. DEPOIS QUE CRESCI, CONHECI MUITAS PESSOAS ASSIM,MAS SEMPRE TIVE MEDO DE PESSOAS DIFERENTES, ACHO QUE VEM DA INFÂNCIA...TENHO UMA CUNHADA QUE TRABALHA EM UM HOSPITAL PSIQUIÁTRICO, CONTA-ME MUITAS HISTÓRIAS,MAS SEMPRE REFLETIMOS QUE PARA ELES , A VIDA COM A FAMÍLIA SERIA POSSÍVEL E QUE SERIA MELHOR PARA ELES.POR AQUI HÁ MUITOS PESSOAS ASSIM, QUE VAGAM PELAS RUAS, MUITAS RECEBEM AJUDA, OUTRAS SÃO ALVO DE PIADAS, DE MALDADES....ANO PASSADO EU E MEU MARIDO AJUDÁVAMOS UM ANDARILHO, DEPOIS A PREFEITURA O LEVOU PARA UM SANATÓRIO. ERA UM MOÇO, DEVIA TER UNS 20 E POUCOS ANOS...EM SUA LOUCURA, TINHA SUAS RAZÕES...UMA TRISTEZA...ONDE ANDARÁ?BJS!

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  5. Ivani, será que minha vida é tão sem graça assim? Nunca me deparei com uma "santa" pelo caminho e a atitude da Ximbica não é muito incomum em mulheres daqui, a diferença que elas tem família. rs.
    Em verdade, recordo-me apenas que há alguns meses atrás havia um senhor que perambulava por nossas ruas, minha mãe que vai todo o domingo a missa, contou que ele também ia e na hora de ofertar, ao invés de doar, ele roubava. rs. Não sei seu problema era apenas alcoolismo, drogas ou se realmente tinha problemas mentais, mas que parecia-me esperto, isto parecia. ahah.
    A sério, nunca mais o vimos. Eu penso que a vida em família para estas pessoas seja o ideal, contanto, nem toda família tem estrutura financeira e principalmente psicológica para lidar com isto.
    Infelizmente, pessoas tem pouca paciência com seus familiares doentes. É.
    A respeito de seu comentário, não poderia concordar mais. Eu tampouco acendo velas para estes altares falsamente mortos. Não é porque é virtual que tenhamos que demonstrar desrespeito pelas atitudes de pessoas que mostram se importar conosco.
    Gosto de sua atitude. Nisto somos muito parecidos, toda boa educação tem limites.
    Desejo um bom domingo parceira.

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    1. Parceira, a gente ri mas é true story, ahah. O homem era é muito esperto, "atacava" o ofertório do padre.
      Sobre ser "lerdinha", nem vem com esta, pessoas lerdas não conseguem administrar um blogue tal como você o faz. Dúvidas todos temos, eu mesmo, quando começo a tentar mexer no visual do blogue, prefiro fechá-lo temporariamente para que os parceiros não presenciem o mico que pago. rsrsrs.
      Linkar é bem simples, por exemplo, no dia 06 ao final da postagem, você clica na lista do blogue Devaneios e Desvarios que deixei, copia o endereço lá em cima, cola abaixo do texto, seleciona ele e clica em LINK que tem na opção do editor de texto. Você pode fazer isto com qualquer palavra. Pode escrever LISTA, selecionar a palavra e ao clicar em LINK, há uma opção para colocar o endereço que quer que fique linkado na palavra. Expliquei ou compliquei. Eu sou péssimo professor, sei fazer mas na hora de explicar, não tenho muita vocação. rs.
      Aguardo seu post.

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  6. Ivani querida, vim matar um pouquinho as saudades... estava sentindo falta dos seus contos... fiquei aqui lembrando da minha infância e buscando alguém marcante na memória, comecei a rir sozinha por aqui, porque lembrei de uma "senhora" bem da mal humorada que todas as vezes que a nossa bola caia no quintal dela ela nos devolvia furada...rsrsrs... Era um stresss na vizinhança, pois ela não nos vencia, erámos em tantas crianças brincando de queimada e voley na rua que bolas não faltavam... Era a dona Adriana... essa eu não vou esquecer jamais...rs

    Volto com calma pra te ler mais, agora vou ter mais tempo e logo entro em férias na escola também.

    Ah! Não fui a festa de Tupi esse ano, todo mundo aqui em casa estava meio resfriado com aquelas semanas tão frias e úmidas que antecederam a festa, mas agora todos estão bem... fica para o ano que vem...

    Beijos no coração.

    Lindo domingo.

    Su.

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  7. Amiga, essa é a figura quase literária do "louco da aldeia".
    Aqui onde vivo, uma cidade grande, mal conheço os vizinhos do prédio e só garanto reconhecê-los se os encontro no micro cosmos do elevador ou da garagem.
    Numa cidade grande, perdemo-nos uns dos outros e o nosso núcleo social tende a afunilar. Mesmo assim, num Shopping que existe perto, na Praça da Alimentação, uma senhora tem lugar cativo numa mesa, conversando em altos berros com um interlocutor invisível.
    Faz-me muita pena. Acho que é uma mulher doente, só e desamparada.
    Essas outras figuras que nomeias, acabam por ser felizes à sua maneira.
    Beijo

    P.S. NUNCA me vou cansar da pulseirinha, NUNQUINHA!!!!

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  8. Obrigada pelo texto sensível e lindamente escrito. Já me deparei com vários desses personagens,principalmente na infância por que morei em cidades pequenas, também. Agora, morando em uma cidade maior, não conheço nenhum desses personagens lendários. As ruas movimentadas os baniram. Mas lá em Três Lagoas, onde morei por 37 anos havia o Pedro das Chaves, um rapagão inofensivo que carregava um enorme molho de chaves e parava em todos os carros estacionados e experimentava uma por uma as chaves que tinha em mãos. Diziam que tinha família que poderia sustentá-lo em asilo ou coisa assim. Mas também acho que era mais feliz nas ruas, tentando abrir a porta de um carro. Se conseguiu, eu nunca tive notícia. Fiquei sabendo, recentemente, que ele morreu.

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  9. Minha querida Ivani,

    Como sempre adorei o seu conto.Sua maneira de escrever nos prende e encanta.Pense seriamente em escrever um livro,viu?
    Em Minas,especificamente em Barbacena,onde morei por 20 anos,havia uma mulher que todos chamavam de Izabilinha(o nome era Isabel),que morava nas ruas e fazia discursos em todos os enterros de pessoas da sociedade de lá.E eram discursos lindos,era dona de uma grande cultura.Era amada pelos cadetes da Aeronáutica a quem chamava de lindos passarinhos azuis,numa referência à cor de suas fardas.O Brigadeiro,mandou até reformar a sua casa quando esta teve o telhado avariado.Andava com um saco nas costas e como companhia,um cachorrinho e dizia:Uma esmolinha para os pobres!
    Tocava piano divinamente e todos afirmavam que a causa de sua demência seria a morte do noivo, de maneira trágica.
    Passava em todos os bares da cidade,religiosamente,mas não bebia,ia conversar e conseguir algum dinheirinho...todos a respeitavam.Não sei a causa de sua morte,pois já havia saído da cidade.

    Como você mesma afirmou,cada cidade tem seu tipo pitoresco.Aqui também já vi alguns mas não sei a história.Daria uma boa blogagem coletiva,viu?

    Uma linda semana para você.
    Bjssssss,
    Leninha

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  10. Que linda tua crônica e lembrar desses tipos pitorescos que sempre existem nas cidades é legal!! Ma minha tinha o Gargarino, um velho gordo, barbudo, metia medo às crianças... Nada fazia, apenas nos fazia correr! Legal te ler!!beijos,chica

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  11. Oi quelida passando para agradecer sua visita , sol toda sabem que preciso dele para ser feliz..kkkkk

    BOA SEMANA!!!
    ♥ Beijos coloridos!

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  12. Quando eu morava lá na avenida Paulista tive um vizinho pitoresco. Um senhor que não suportava cachorros. Morava sozinho e descia todos os dias antes das 6 h da manhã para borrifar em torno do prédio uma mistura que ele mesmo fazia e segundo o porteiro era para espantar os cachorros de fazerem xixi por ali. Na mistura ia pimenta amassada, fumo e dentre outras coisinhas, claro, muito vinagre. O cheiro incomodava. Ele borrifava nos muros, portões, calçadas. As crianças sempre encontravam com ele no mercado comprando o quê? Vinagre. Tinham medo. Ele sequer olhava para nós. Sabia que tínhamos um cachorro!
    Beijo

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  13. Meus amiguinhos e eu, na infância eramos assutados por um homem que nossos pais diziam chamar-se Bispeto. Ele andava sempre com um cabo de vassoura na mão, mas nunca agrediu ninguém. É (sim, ainda vive)surdo mudo (com hífen ou sem?), na década de noventa descobri tratar-se de um "criado" de família abastada e que a mãe de uma amiga recebeu de herança!
    Também temos o Santo Louco que na minha adolescência quando via uma turma de meninas e meninos, chegava por trás, dava um berro assustando todos e saía correndo. Nunca ouvi uma palavra dele, penso que também era surdo-mudo (com hífen, heheh). Faz tempo que não o vejo, mas deve estar vivo pois com certeza sua partida será divulgada. No passado andava sujo, mas nos últimos anos sempre aparecia limpinho, alguém deve cuidar dele. Também passou por aqui a Pombinha Branca, sempre com roupas alvas, ninguém sabia onde morava. Carregava várias trouxas de pano e como não conseguia segurar todas nas mãos, deixava na calçada e de quadra em quadra ia levando duas ou três, retornando e fazendo a mesma coisa... Ah, lembrei agora, havia também o "Viva a Zélia" que na época do Presidente Collor e anos depois também, escolhia um canteiro da avenida principal da cidade, postava-se solene e discursava com um conhecimento impressionante em política e economia e no final dizia "Viva a Zélia", daí o apelido. Não sei que fim levou.
    Quanto ao que falaste em deixar essas pessoas livres, sem tentar curá-las, concordo plenamente, pois são felizes dentro da sua aparente loucura. Lógico que se seus corpos adoecerem será necessário cuidá-los, mas enquanto vagueiam pela cidade aparentando a felicidade que a muitos "normais" falta, deixemo-los andarem livres.
    Beijo

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  14. AI, IVANI!!! SÓ VC PRA LEMBRAR A GENTE DESSAS PESSOAS QUE VEM, VÃO, E UM DIA A GENTE SE PERGUNTA: "UÉ, NUNCA MAIS VI O FULANO... O QUE HOUVE COM ELE"??? ... POR AQUI TINHA A MARIQUINHA DA LATA, QUE CLARO, ANDAVA COM UMA LATINHA NA MÃO. UM DIA FUI AO "ABRIGO DOS VELHINHOS' E ME DEPAREI COM ELA LÁ; CABELOS BRANQUINHOS, QUIETA, E SEM A LATINHA. TIRARAM ELA DAS RUAS, TIRARAM SUA ALEGRIA...
    POR AQUI TBÉM TINHA O "ALFREDO", QUE IA A TODOS OS VELÓRIOS DA CIDADE, ERA PRESENÇA CERTA! CONVERSAVA COM TODO MUNDO, FALAVA DO QUE A PESSOA TINHA MORRIDO, FICAVA TRISTE. ACABAVA FAZENDO TODOS RIREM.
    TINHA TBÉM O ALDO, QUE MORAVA TAVA SEMPRE NA RUA ONDE EU MORAVA; O ALDO TAVA SEMPRE CARREGADO DE TRALHAS, PASSAVA PELA GENTE E PERGUNTAVA: EH, JÁ É MEIA NOITE???... ISSO A QUALQUER HORA; MUITO ENGRAÇADO ELE!!!
    TINHA TBÉM UMA PIPOQUEIRA, COM SEU FILHO; ELA ERA MUUITO DESBOCADA, SÓ FALAVA PALAVRÕES; ELA JÁ MORREU, O FILHO TÁ VIVO, ATÉ PARTICIPA DE UM PROGRAMA NA TV LOCAL, CHAMADO CANTA VIOLA. NEM GOSTO DE OLHAR, POIS PARECE QUE É ALVO DE GRAÇA NO PROGRAMA, JÁ QUE TEM SUAS DEFICIÊNCIAS...
    TEM TBÉM A XUXA!! ELA TEM UM NAMORADO, E DE VEZ ENQTO PASSAVA POR AQUI PEDINDO COMIDA; NUNCA MAIS A VI...
    QDO EU E A RÔ ÉRAMOS CÇAS TINHA O TAL GERMANO QUE ELA CONTOU... MORRIA DE MEDO!!!
    SE EU PUXAR PELA MEMÓRIA, TEM MUITO MAIS DESSAS FIGURAS POR AQUI... EM SUAS LOUCURAS, PARECEM FELIZES...

    BEIJOSSSSSSSSSS

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  15. Ivani, querida,

    Realmente, todo lugar tem figuras assim, rsrs. Quase sempre são pessoas com problemas mentais ou emocionais, resultantes de alcoolismo ou outras drogas, não é verdade? Eu acho que deveria existir um trabalho de assistência social efetivo no Brasil, para assistir essas pessoas, encaminhá-las para alguma atividade produtiva que elas viessem a gostar de fazer, né? Tudo para preservar a digna delas.

    Beijo e boa semana!

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  16. Oi Ivani, senti pela Chimbica e a Santa já terem ido para o céu. Qual será o nome do chupador de chupetas?
    Aqui no Rio, existem inúmeras pessoas como a Santa, Chimbica e o Sr. Chupeta. Só que devido ao número ser grande, eles não tem essa identidade a qual você se refere. São tratados como mendigos mesmo, sem nome ou qualquer traço que os identifique.
    Enquanto escrevo, me recordo de vários que encontro pelas ruas do bairro. Estão sempre nos mesmos lugares, dependendo da hora. São os catadores de mexilhão, que vivem pela enseada, bebados que só. Agora com a Rio+20 deram uma "limpa", mas já estão voltando ao seu habitat natural que são ruas e praças. Bebem, sujam tudo, fazem arruaças. Só hoje vi uns 10. Mentalmente conto uns 17.
    Fica difícil saber suas historias, suas vidas. Perambulam. De vez em quando um some da nossa vista.
    É triste ver uma degradação humana e não fazer nada por ela.
    visualizo um senhor que deve ser autista. ele nada carrega. Deve viver ali numa rua já uns dez anos. Paso por ele, e me faço várias perguntas, mas não tenho coragem de aproximação. Os porteiros dos prédios o conhecem, mas evitam falar. Sigo o meu caminho e peço a Deus por todos eles.

    beijos e boa semana
    Zizi
    Alguém o alimenta. Não fala, emite grunhidos.

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  17. Sim, tenho tb estória, Ivani. Tinha no meu bairro o "Bomba frouxa". Carregava tudo que encontrava nos bolsos do palitó. Não sei o fim dele. Me mudei antes. Mamãe não deixava que a gente irritasse ele.
    O outro era um preto magro do beiço grande que chamavam "Tubimba". Não sei o que Tubimba fazia.

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  18. IVANI, OBRIGADÃO PELOS ELOGIOS À MINHA ALTA-COSTURA... RSRSRSRS...
    MENINA, MEU MARIDO LEMBRA DE MUITO MAIS FIGURAS PITORESCAS DAQUI DE TUBARÃO... DEPOIS QUE ESCREVI PRA TI, ELE FICOU ME DIZENDO UM MONTE... É DE RIR E DE CHORAR...

    BJS E BJS E UMA ÓTIMA SEGUNDA-FEIRA!!!

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  19. Pior Ivani, que eu queria o rack na cozinha, só para enfeitar. Nem lembrei da gordura.
    Acho que vou é desisti. E meu marceneiro vai adorar se eu desistir.
    As pessoas que comentaram associaram a gordura.
    Tenho uma cozinha grande e cheia de armários.

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  20. Muito legal você se lembrar dessas pessoas. Li todos os comentários e estava tentando lembrar também dessas figuras pitorescas que em todo lugar tem. É que mudei tanto de cidade que muita coisa foi ficando para trás. Me lembro dos acontecimentos mas não das pessoas.
    Adoro seus textos.
    Bjs

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  21. OLà IVANI
    NA MINHA CIDADE, QUANDO EU ERA CRIANçA TINHA UM RAPAZ RETARDADO DE MENTE, QUE TODOS CHAMAVAM XERETA, ELA ADORAVA ESCUTAR A CONVERSA DE TODOS E DEPOIS SIA CONTANDO,
    MAS NÃO CONTAVA DIREITO CONTAVA COMO ELE LEMBRAVA, E CRIOU MUITA CONFUSÃO NA CIDADE, INFELIZMENTE ELE MORREU Tragicamente e muito jovem, morreu afogado no acude,onde ele ia todo dia tomar banho.
    era da tantos anos que não pensava em xereta.

    bacione

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  22. obrigado pelo recadinho pelo niver do marido

    bacione

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  23. Ivani, na minha lista de blogs aparece postagem nova sua mas não abre. Por que será?
    Vou tentar a noite.

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  24. Oi Ivani!

    Obrigada pelas palavras tão carinhosas que deixou no Sonhos e Encantos.De fato a nossa menina vivia em uma redoma e quando saiu ficou deslumbrada,rsrsrsrs.

    Bjssssss,
    leninha

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  25. Acho que em todo o sitio tem alguem assim.
    No bairro onde eu nasci e onde ainda moram os meus pais, havia um "velho do saco" que por acaso era tio da minha cunhada.
    Vivia numa barraca embora alguns irmãos morassem tambem ali no bairro, ele não queria ir para casa de ninguem.
    almoçava no café de uma Tia minha e passava o dia a vaguear pelo bairro, todo sujo e roto e com um saco, onde metia tudo o que encontrava e levava para a tal Barraca onde vivia.
    As crianças tinham medo e claro os adultos quando queriam que as crianças fizessem alguma coisa diziam_
    Olha que vem aí o velho do saco.....morreu há três ou quadro anos, num quarto do hospital contrariado porque queria estar na sua barraca.
    São vidas, são opções que não percebemos, se são loucos?? Talvez, ou seremos nós os loucos??
    Beijos
    Pinta

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  26. Hoje em dia no 16º andar de um prédio que as vezes até eu tenho dificuldade pra me deixarem entrar, não vejo muitas figuras pitorescas, da rua sai de carro quando apé, um deserto, as vezes me pergunto cadê as pessoas desse bairro, sinto falta de cumprimentar o jornaleiro, o cara do milho cozido, da barraquinha, da portaria do colégio onde meu filho estudou, falar com pessoas na rua que me viram crescer e outras que por me verem td dia e por eu ver a elas nos dizíamos bom dia e boa tarde.
    Nasci e cresci em um mesmo bairro, lá estudei, fiz faculdade, namorei, me casei, tive filho, batizei o filho e lá morei nos fundos da casa de minha mãe por um tempo.
    3 bairros depois, aqui estou longe das figuras típicas.
    Dentro dais muitas figuras que batiam a portada casa de minha mãe, que até hoje mora nessa casa, um casarão antigo no centro da cidade, algumas ainda são vivas em minha memória, como um velhinho que não imagino onde tomava banho pois sempre estava ali na rua, ao lado de um hospital, morando em papelões, todo limpinho, penteado, varrendo o passeio várias vezes ao dia e cumprimentando sorridentemente a todos os passantes. Ele sempre ia pedir café e comida lá em casa, a partir de um tempo passamos a levar para ele e levar roupas e outros mimos.
    Meu professor de religião dizia que é caridade dar a quem bate a nossa porta, mas abrir a porta e ir levar algo para alguém é divino.
    Batia a porta também um piradinho, agitado que apelidamos de "Oaê"...Ele não tocava a campainha...chamava (gritava) assim: Ó eu aê ó! Tem um cafezinho aê!, detalhe: ele não aceitava comida, só café com pão ou biscoito...detalhe maior: eu andava um corredor sem fim até o portão (desse típicos de casa antiga) e qd eu chegava no portão ele provava o café e pedia mais açúcar ou pedia para esquentar, detalhe inacreditável: eu fazia a vontade dele e como recompensa sempre um sorrisão e um verdadeiro obrigado.

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  27. Também na minha lista aparece blobagem nova,que aqui não encontrei.
    Bjssss ,
    Leninha

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  28. Amei ler sua crônica!
    Descrevestes esses personagens com tanto carinho.
    Em todos lugares sempre tem alguém que marcam
    presença por serem diferentes.
    Aqui tínhamos a Regininha que vivia pelas ruas pedindo
    um real...No inicio de maio morreu de uma forma muito
    triste. Todos sentiram sua falta.
    Abraços amiga! Tudo de bom pra ti.

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  29. Obrigado pelos comentários que sempre me divertem...Valem mais que os textos,rsrs beijos,lindo dia,chica

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  30. Obrigada pelo comentário, queridona do meu coração. Beijo

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  31. Vida em cidade grande não tem dessas coisas, Ivani... talvez, seu eu morasse em casa, mas em apartamento e lá bem alto, não tem como. Uma pena. Como nasci em cidade pequena, sei o quanto uma vida assim próxima às pessoas é tão bom. Mas vim de lá para SP, ainda nova e não me lembro de nenhuma figura assim. Mas o seu texto está maravilhoso e nos faz viajar por esses deslumbrantes personagens... delícia...

    Obrigada por sempre ir me ver, Ivani, mesmo que eu não venha. Estava na correria do trabalho, que agora acalmou. E olha, fui lá atrás ler todos os posts que perdi e comentar. Sabe que adoro te ler!
    Beijos mil com um carinho enorme que tenho por ti...

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  32. É, em Lavras também havia algumas figuras como a Santa e a Ximbica. Eu acho como você q colocar essas pessoas em hospitais psiquiátricos públicos é um pecado. Sei q algumas pessoas tratam esses 'fallen angels' bem, mas muitos maltratam eles tbém.
    As vezes eu me pergunto o que leva uma pessoas a viver a margem da sociedade assim, será somente pobreza, ou bebida, sei lá, só acho muito triste.

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