quarta-feira, 29 de junho de 2011

Festa de São João em Tupi

Neste feriado estive em Tupi, distrito de Piracicaba, e participei de uma festa de São João, daquelas para nunca mais esquecer.

Meu filho mora ali com a familia.  Lugar delicioso, pequeno, poucas ruas. Posto de Saúde, Escola, Mercadinho, casas antigas e bonitas dentro de quintais enormes com muitas árvores frutíferas e flores.

No centro de todo esse paraíso, a Igreja.

Paróquia de São José,  administrada pelo Padre Renato, uma figura simpática e acolhedora. Um padre dinâmico e querido por todos da comunidade.

Sua missa é alegre, descontraída. Faz com que a gente queira ficar um pouquinho mais e vá embora levando saudade.


A festa é tradicional, acontece há mais de 70 anos, se não estou enganada, e atrai pessoas de toda a região.

Começa com o serviço de auto-falantes da Igreja convocando as pessoas para o trabalho de montar barracas e preparar as comidas deliciosas que são servidas no salão paroquial.
Às seis horas da manhã tem a alvorada, com queima de morteiros para chamar a população.

Daí para a frente é só alegria.

Por mais que eu tente, não vou conseguir falar tudo.

Nessa foto ao lado, uma pequena amostra do salão com o pessoal comento leitão assado, frango frito inteiro, o melhor cuscuz de colher que já comi na vida!

É claro que tem cerveja gelada!


Olha a turma da cozinha virando os caldeirões de cuscuz. Gente maravilhosa, simples, alegre!

Essas mulheres (homens também) controlam dez fornos industriais, o dia todo, assando leitões.
E durante o dia todo o salão fica lotado de gente comendo, se deliciando.

Lá fora as barracas oferecem vários tipos de salgados, chop, e as barracas de doces são verdadeiras tentações. Uma loucura!
Algumas fotos para vocês ficarem com vontade de conhecer Tupi e sua festa deliciosa:
Olha só eu com o Padre Renato.  É ou não uma "figuraça" esse padre? Ele parece onipresente. Pra onde você olha lá está o padre comendo, falando, dando entrevista, ajudando....

                                   

Pensa numa fogueira!   Enorme, linda, chega a dar medo, e muito calor!
Olha a "tropa de choque"! quando a fogueira já estava mais "fraquinha" dava para tirar foto, meio de longe.


Eu e Murilo comendo doce ...um tremendo doce de batata-doce (adoro!).

O pessoal da quadrilha. Infelizmente eu já tinha voltado para casa nessa hora. Minha nora disse que qualquer pessoa pode entrar e dançar com eles, é muito divertido.

Para finalizar, uma linda imagem de Padre Renato abençoando as sementes que são enterradas ao pé do mastro para que as colheitas sejam fartas, uma tradição que eles respeitam e repetem todo ano.

Fico emocionada ao ver gente simples, honrada e trabalhadora, levando em frente essas tradições tão lindas e tão importantes para a comunidade.
Agradeço com todo meu afeto pelo carinho com que receberam meu filho, minha nora e meus netos.
Adorei ter participado dessa alegria e vou voltar no próximo ano, para comer cuscuz de colher, doce de batata e leitão a pururuca. 
Mas é claro que não esqueci a cerveja! Essa tem que ser bem gelada! 
 Parabéns povo de Tupi! Já estou com saudade.

domingo, 26 de junho de 2011

Lorenzo, o paleontólogo!


Em agosto esse nosso blog completa um ano, e Lorenzo esperou pacientemente chegar seu aniversário para que eu fizesse uma homenagem. Dos meus seis netos, ele está sendo o último a fazer aniversário antes de agosto.
Sempre dizia - vovó, você fala que eu vou ser paleontólogo? .
Não poderia jamais esquecer esse detalhe diante do número de dinossauros nos quais tropeço diariamente.
Toda a vida dele gira em torno desses animais. É paixão antiga, desde pequenino, quando não sabia ainda falar, mas já rosnava como um dinossauro, fazia gestos e se escondia entre árvores, pedras e galhos.
Hoje tem livros, filmes, pesquisa pela internet e coleciona os bichos, aos quilos, com um interese tão grande que acredito que seu futuro está mesmo ligado a esse estudo.
Gosto de comentar sempre como meus netos chegaram por aqui, nesse mundo louco, porém  maravilhoso. Lorenzo chegou numa manhã fria, deu-nos um susto tremendo quando soubemos que não chorou, correria, preocupação e medo.
Mas quando finalmente pudemos vê-lo pensei entre lágrimas:- quem tem costas largas como essas não veio ao mundo para assustar, veio para respirar muito...
Nosso pequeno cresceu saudável e feliz. Teve por pouco mais de dois anos o carinho do vovô, que o levava para passear no carrinho e o marcou para sempre com suas histórias de corujas, saci-pererê, a cuca. Lorenzo é carinhoso, amigo, apaixonado pelos primos e pela irmã, Larinha.
Garoto lindo, cabeça repleta de sonhos e de brincadeiras de "faz-de-conta". Seu mundo é povoado de bichos, animais pré-históricos, peixes, monstros e dragões.
A vovó vai sempre estar por aqui, na torcida, esperando que tudo em sua vida seja alegria e sucesso.
Persiga sempre os seus sonhos, pois eles são seus, só seus. E você vai conseguir.
Com um copo de suco de uva vou celebrar a alegria, a infância, o sorriso e o carinho de nosso menino que hoje completa oito anos.

Tim-tim, saúde, a vovó te ama!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Deixa que eu choro...


Quando aquela senhora de andar cansado, mas com olhos de menina, deixou sua casa naquela manhã de agosto, nem tinha tempo para um papo com uma vizinha, ou com a moça da padaria.
O andar era rapidinho, na medida do possível, diante de sua idade já avançada.
Fechou a porta com cuidado, certificando-se de que estava trancada, assim como o portão, da casa simples onde morava com o marido que já não sabia nem mesmo seu nome.
O mal que atinge alguns idosos já o havia alcançado, e aquele velho menino, não podia ficar só por muito tempo.
Eis o motivo da pressa daquela senhora que ainda tinha no rosto os traços de sua beleza quando jovem.
Mulher linda, com voz fina como cristal, sorriso aberto de olhos brilhantes, como menina, sempre....
Tinha cinco filhos, e o único menino já havia partido, precoce partida, deixando  o coração da mãe meio morto, meio querendo morrer.
Mas os olhos ainda tinham brilho, apesar da lida diária com seu velho menino, que ao acordar não se lembrava de seu nome, a chamava pelo nome da mãe, pedia para ir à lavoura, estava na querida fazenda de sua infância.
Essa velha senhora saiu de casa naquela manhã, apressada, para comprar uns remédios, preocupada porque deixou o velho menino em casa, sozinho, não devia...
E um pouco mais adiante, um quarteirão? deu de frente com seu destino. Ela sem agilidade e com pressa, o motorista atrasado e distraído.

Aconteceu o que estava escrito? predestinado? coincidência? Ninguém responde a isso tudo com clareza. Mas aconteceu.
Ela se foi, numa manhã apressada e curta, pensando que não podia deixar seu velho menino em casa sozinho.
Essa mulher chamava-se Agripina. Nome pouco comum para uma pessoa nada comum.
Foi no seio dessa tia querida que eu fui alimentada e salva, graças à sua generosidade e ao imenso carinho que ela tinha por minha mãe, sua cunhada.
Minha simples, mas emocionada homenagem a ela, que eu amei sempre, e não esquecerei jamais.
Isso aconteceu fazem cinco anos, mas ainda penso nela,  e parece-me ouvir seu riso fácil e cristalino, alto e ao mesmo tempo tão carinhoso.
Flores para você, tia. Flores do campo que me lembram seu cheiro, sua suavidade, sua alegria.
Saudade. Muita saudade.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Lara



Até alguns meses atrás era tão carequinha...tinha tão poucos cabelos que chegávamos a perguntar, entre brincadeiras, se ficaria assim para sempre.
Hoje tem cachinhos que balançam quando corre, ainda frágeis, mas cachos que brilham ao sol num castanho bem clarinho, suave.
Suave como seu sorriso, suas mãozinhas quando seguram as minhas.
Suave como sua pele, tão cor-de-rosa, sempre de bochechas coradas.
Olhos grandes, travessos, malandros...mas que têm todo o carinho e amor do mundo.
Olhos curiosos, inquietos, que trazem tantas dúvidas e ao mesmo tempo tantas certezas.
Voz doce e alegre, de criança feliz que aprende as frases, as perguntas, as respostas.
Apaixonada pelo irmão, transforma a vida dele em um verdadeiro caos. Fica grudada nele, como velcro, falando e chamando o tempo todo, sem trégua.
E ele adora...raramente se irrita, acha uma graça enorme quando ela o chama para comer:- "senta aqui Lo, vem papá, vem Lo, vem Lo...".
Hoje Lara completa dois anos. São poucos anos de vida mas muito intensos em carinho e emoção. Muitos beijinhos  com a boca fazendo bico, abraços com a mãozinha batendo nas costas, afagos no rosto dizendo "te mamo".
 
Ontem perguntei a ela: "quantos anos a Larinha vai fazer amanhã?" e ela respondeu prontamente :- "dois dedos!"
Para Lara desejo muita garra,  força e vitórias. Muita conquista e dignidade. Que seja uma mulher forte e feliz.
O brinde de hoje é com suco de uva, seu preferido,
que a vovó toma com prazer para celebrar dois anos de pura energia e amor.
Tim-tim"






quarta-feira, 15 de junho de 2011

Para lembrar

 

Hoje serei rápida.  Imagine que, ao abrir minha caixa de entrada de mensagens me deparo com um "pps" enviado por um querido amigo. O fundo musical me pegou de surpresa, pulou para fora da tela, me abraçou bem apertado e saimos dançando pelos cômodos, como bobos.
Música linda italiana, que marcou definitivamente minha vida de jovem apaixonada. Guido Renzi, Tanto Cara, quem conhece? Aqui está uma foto dele, lá dos anos 60 (aff!).
Foram tantos cantores italianos que marcaram de forma inesquecível. Vamos ver quem se lembra de Sergio Endrigo?
Annamaria, Io che amo solo te, Teresa, Canzione per te...e por aí vai!

E Pepino de Capri? Roberta, Champagne....que delicia, que saudade!
Na hora de colocar as fotos, nem me perguntem porque, a foto do Pepino de Capri ficou lá em cima, mas não sei passar aqui para baixo. Fica assim mesmo porque tenho pressa.
Viram? não é só de Almir Sater que a gente vive. São tantas lembranças que basta um clic, um simples apertar do mouse para que seu dia fique repleto de sons, e você sinta-se envolvida numa onda de juventude e recordações. Nada mais positivo que recordar, e dançar e sorrir, mesmo que sozinha, lembrando o quanto essas lindas músicas envolveram seus anos mágicos e tão distantes.
Beijos, tenham um bom dia.
Cara...tanto cara sei minha bambina....


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Santo Antonio, meu padrinho.

Minha mãe tinha um grande aliado nas horas do parto. Nos momentos críticos,  gritava por Sto. Antonio, ele ajudava, e então era homenageado por ela, que colocava seu nome nos bebês que insistiam em vir ao mundo de uma maneira bem dolorosa.
Então, cá estou eu, Antonia Ivani, Marcio Antonio e Marcos Antonio (os gemeos). O único que escapou na hora do batismo foi o Edison, seu segundo filho.  Mamãe atendeu a um pedido da grande amiga, Dona Aurora, que em seus seios fartos o amamentou, e o batizou.
Caso contrário, teríamos mais um Toninho em casa.
Depois que nasci, em Sorocaba, mudamos para Osasco, cidade que tem Sto. Antonio como padroeiro. Hoje, feriadão por lá, procissão e quermesse. De alguma maneira mamãe acreditava que não era coincidência ter ido morar naquela cidade. Na procissão vestiu-me de anjo para acompanhar, ainda pequenina, pagando promessa.Tenho fotos dessa ocasião, vou escanear e postar aqui um dia desses.
Depois que mamãe nos deixou ficou uma promessa dela ao santo de sua estima.
Meu pai, anos depois tratou de pagar e minha madrasta, Joana, providenciou as roupinhas marrons, o cordão para amarrar na cintura e as sandálias franciscanas (não seriam antonianas?).
Pagou-se a promessa de D.Alzira, tão devota e tão temerosa de que seus filhos não teriam proteção se não cumprissem os designios do famoso padrinho.
D. Alzira, descanse em paz. Temos tido muita proteção desse padrinho ilustre. Você deve estar assistindo tudo de camarote, mas eu faço questão de passar o relatório, vez ou outra, para que você saiba de seus filhotes.
Estamos todos bem, saudáveis na medida do possível. Felizes também até onde conseguimos ser, porque a felicidade e a tranquilidade são coisas de momento. A tristeza também. Então somos sobreviventes dessa vida louca, repleta de surpresas e contradições.
A única coisa que perturba bastante é a saudade. Essa não dá tregua, invade o coração e deixa aquela sensação de que poderia ter sido bem melhor se tivéssemos continuado a pagar promessas, a seguir procissão, a comer o pãozinho do santo no dia 13 de junho de cada ano.
A sua benção mãe, a sua benção Toninho querido. Olhe por ela, e por todos nós...

quinta-feira, 9 de junho de 2011

A velha estação



Quando o trem começava a diminuir a velocidade,  a paisagem já tão conhecida desfilava pela janela como que querendo dar boas vindas. O coração se alegrava ao ler as placas indicando que estávamos chegando.
Chegar...que linda palavra. Posso até ouvir o som das pessoas andando apressadas pela escadaria de ferro da velha estação. Essa escada passava por cima dos trilhos e nos levava até a porta de saída, dalí para a rua.
Isso já faz tanto tempo. Os trens nem chegam mais lá.  Sua fachada orgulhosa ostenta, desde 1875, a historia de uma cidade que nasceu para ser grande e rica.
Mas no tempo de minha infância e juventude os trens chegavam a Sorocaba, a cidade querida que me viu nascer e que será sempre minha terra, meu norte.
Quando descíamos do trem o coração pulava no peito. Queria chegar correndo à casa da tia, abraçar a todos, as primas queridas, Maria Neusa, Neli, Cidinha, Tânia...
Até hoje me encanto quando chego. Paro o carro na esquina de cima (rsrsrs) e fico olhando a estação.
As primas ainda estão lá, levando suas vidas, como levo a minha, e guardando em seus sorrisos e abraços gostosos todos os nossos segredos de meninas simples e felizes.
Gosto de rever os caminhos por onde passei, parar nas esquinas e me ver ainda menina, andando pelas calçadas, rindo e conversando. Ver a casa onde nasci, passar pela Quinzinho de Barros, ver o rio manso sob a ponte que leva ao Morro Vermelho. Andar pelo centro e rever as esquinas, o cinema, as praças onde tomávamos sorvete, encontrávamos as amigas, víamos vitrines.
Muita saudade. Mas ela está lá, sempre me esperando, e as primas também para uma cerveja gelada, um bom papo, boas gargalhadas e impagáveis momentos de recordação.
A última foto mostra a velha estação agora transformada em Museu da Historia Contemporânea.
Sinto orgulho de um povo que se preocupa em preservar a beleza dos predios e a historia de sua gente. Gente alegre, hospitaleira e falante. Minha gente!



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terça-feira, 7 de junho de 2011

Proseando...

Do verbo prosear...conversar, trocar idéias e conhecimentos.
Ontem ao abrir o blog "coisinhas da Chica", de minha impagável amiga Chica, lá dos pampas gauchos, fiquei emocionada e ao mesmo tempo pensativa.
O assunto delicado, que a preocupa a ponto de fazer uma carta aberta à "VIDA", me deixou um tanto - digamos que - sorumbática.
Êta palavrinha esquisita esta. Mas gosto dela.
Brincadeiras de lado, minha amiga pede à VIDA que seja generosa com ela, dando-lhe dignidade e lucidez até os ultimos momentos, não permitindo que ela fique à mercê de estranhos ou incomodando os filhos e netos.
Toda essa angustia vem do fato de estar com uma pessoa muito idosa, e muito querida, nessa situação.
Acredito que todos nós, em determinada fase da vida, nos preocupamos com isso. E fazemos o mesmo pedido à VIDA, que infelizmente, como gosto de dizer, trata-se de uma fada meio surda e temperamental, que nem sempre atende a todos os pedidos.
Quando a inevitável velhice chegar, aquela velhice velha mesmo, a tal fada pode estar com crise de labirintite, ou com cólicas de rins, ou - sorte nossa -com um tremendo  alto astral.
É uma incógnita a maneira como ela escolhe suas vítimas, e sendo assim, temos que dar uma maõzinha para essa louca desvairada.
Cuidando da saude, procurando ler muito e fazer o que gostamos. Amar nossa familia, participar de tudo, tentar ser útil sem ser intrometida.
Estar sempre ao alcançe das mãos de quem você ama, e de quem te ama, sem ser arrogante ao ponto de acreditar que sem você nada acontece.
Essa tresloucada VIDA há de levar um susto ao perceber que você chegou lá forte e feliz, meio decrépita, mas feliz... e ficará sem motivos para tirar-lhe a dignidade e a auto estima.
Preciso acreditar nisso, senão quem vai ficar maluquinha sou eu. Acredite comigo Chica, e vamos em frente porque vem mais frente fria por aí.
beijos e muito mate bem quente!!!





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segunda-feira, 6 de junho de 2011

Olha o meu novo selinho!


Não é lindo!?
Ganhei de uma amiga de infância rsrsrsrs! Quando ela nasceu eu já tinha uns 20 anos ou mais. Porém, é como se tivéssemos passado a infância juntas.
Rosane Castilhos, do blog Trésors. Uma artista plástica das boas, que além dos quadros maravilhosos, e dos textos repletos de emoção, tem um carinho especial para com essa velha amiga aqui.
Agradeço de todo coração, não mereço, mas procuro fazer por merecer. Obrigada querida. Especial é você, e linda é você também.
Tenho tido gratas surpresas nesse blog.  Ganhei amigas de vários pontos desse nosso "mundãodemeudeus", e só posso agradecer aos céus por tanto calor humano. E vamo que vamo!

sábado, 4 de junho de 2011

Festa de S. João!



Como diz minha querida Japamiga Cris, do blog Miscelânea, tem música que fica grudada na cabeça por dias e dias.
Aconteceu comigo esta semana. Assisti um especial sobre Noel Rosa, e me vi cantarolando baixinho o dia todo a lindíssima canção Ultimo Desejo:-

"esse amor que não esqueço                          
 e que teve seu começo                                    
 numa festa de S.João                                      
 morre hoje sem foguete
 sem retrato e sem bilhete
 sem luar...sem violão..."

Sei a letra toda, emocionante e envolvente, mas sei que vocês também conhecem. Se quiserem outro dia posto inteira.
São João me remete a um passado bem distante, anos 60, festa junina na empresa onde eu e meu futuro marido trabalhávamos. Ainda não havia namoro, mas a paquera rolava. Metida a ajudar fui convocada para decorar com bandeirinhas o salão do clube. Sábado cedinho lá estava eu com tesoura, barbante, cola, papel de seda e muita vontade de enfeitar.  Fazia um frio danado mas os corações tinham um calor inigualável (cadê ele?).

Lá pelas tantas chega meu escolhido...lindo, cabelos desgrenhados pelo vento, sorriso tímido - vim ajudar.
Colamos bandeiras, rimos, falamos bobagens e fomos para casa. A noite quadrilha, ensaiada, mas ele não dançaria.  E dancei com o  namorado de minha amiga, porque ela era a noivinha do baile, e o noivo era um palhaço amigo nosso! Foi muito divertido, e o Luiz assistindo lá de fora da quadra.
No dia seguinte, festa de novo no colégio estadual onde eu estudava e ele havia se formado fazia uns dois anos. Nessa festa não dancei, apenas comemos pipoca, bebemos quentão bem fraquinho e conversamos bastante. O frio era grande, mas a gente nem ligava. Eu de "conjuntinho" azul de lã, saia e casaco, e ele de blusa cinza de lã com jaqueta preta.
Nunca vou esquecer a emoção de pegar nas mãos, olhar nos olhos sorrindo, primeiro beijo rapidinho - que vontade de chorar...
Foi lindo, a partir daí não desgrudamos mais, e comemorávamos nosso dia dos namorados sempre no dia 24 de junho.
Hoje lembro e choro, sinto-me impotente e triste diante da realidade.
Mas valeu...fica aqui minha homenagem a esse homem que poderia estar aqui comigo, esperando nosso dia dos namorados chegar, enroladinho no cobertor e sorrindo para mim.
E vamos em frente minha gente, caminho da roça...a ponte caiu...olha a chuva...!